DF registra aumento do trabalho infantil, mas índice ainda é o menor do país

12/06/2007 - 7h11

Flavia Agnello Silva
Da Rádio Nacional
Brasília - Depois de 14 anos dequeda contínua, o número de crianças eadolescentes entre 5 e 15 anos no mercado de trabalho aumentou noDistrito Federal. Os dados são da Pesquisa Nacional porAmostra de Domicílio (PNAD). De acordo com a pesquisa, em2005, o DF apresentou acréscimo de 4,7 mil criançasno trabalho infantil.Os dados indicam que 1,6% da populaçãonessa faixa etária (aproximadamente 7,5 mil) trabalha,principalmente, no setor informal urbano e no trabalhodoméstico. “O Distrito Federal é a unidade dafederação com o menor índice. Todavia,nós temos aqui dois tipos de trabalho infantil absolutamenteperigosos, que são o trabalho infantil informal e odoméstico, pela dificuldade de se detectar e de se combater”,explica a promotora do Ministério Público do TrabalhoValesca Monte.Com o objetivo deeliminar o trabalho infantil no DF e conscientizar a sociedade, está sendo realizado o Fórum do Distrito Federal de Prevençãoe Erradicação do Trabalho Infantil e de Proteçãoao Trabalhador Adolescente. O encontro começou ontem (11) e vai até sexta-feira (15).“Em 2004, nós já temos a assinatura do governador, na época o Roriz, no termo de compromisso deerradicação do trabalho infantil. Só que o que vimos é que em 2005, após 14 anos dequeda contínua, houve um aumento desse número. Daía preocupação do fórum em fazer umarepactuação”, afirma Valesca Monte. Um novo termo de compromisso será assinado na manhã de hoje (12) noConjunto Cultural da República.“O trabalho precoce estádiretamente relacionado à evasão escolar. Ou nos casosem que as crianças continuam na escola, são criançasque, muitas vezes, costumam trabalhar no contra-turno. Daí anecessidade de se investir na educação. Nãosomente no horário escolar, mas também no horárioque ela sai da escola, com atividades extracurriculares relacionadasa esporte, artes, para que essa criança não sejaestimulada a trabalhar mesmo estando na escola.”