Parada GLBT denuncia homofobia, machismo e racismo "cordiais" do brasileiro

10/06/2007 - 11h29

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
Brasília - "Por um mundo sem racismo, machismo e homofobia" é o lema dos 3 milhões de manifestantes esperados esta tarde para a 11ª Parada do Orgulho GLBT (Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis, Transgêneros e Transexuais), na Avenida Paulista. “Queremos chamar a sociedade para discutir a questão do machismo, do racismo e da homofobia, tratando de colocar que os GLBTs também são negros, mulheres e sofrem duplo preconceito", afirma o presidente da Associação da Parada GLBT, Nelson Matias Pereira. "Por mais que nós pensemos que as pessoas mudaram, ainda há racismo e machismo cordial no Brasil".Além da associação da homofobia com o racismo e o machismo, a Parada vai lembrar os temas de outros anos, como a falta de políticas públicas para homossexuais e a necessidade do Congresso Nacional criar leis específicas. Para avaliar o nível da discriminação contra os homossexuais, a Associação realizou ano passado uma pesquisa que deve ser repetida neste ano. A intenção é fazer um mapeamento da parada, para saber a origem das pessoas e o perfil político e socioeconômico. De acordo com Pereira, no ano passado foram entrevistadas 2 mil pessoas e desse total, 60% já haviam sofrido algum preconceito ou violência. “O mais estarrecedor é que pela primeira vez eles estavam contando isso a alguém”, disse.