TV pública deve ter independência intelectual e administrativa, diz presidente da Abepec

08/05/2007 - 10h18

Marcela Rebelo e Juliana Andrade
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - É preciso criar uma televisão pública que tenha condições jurídicas de independência e na qual o governo se obrigue a dar recursos sem querer mandar. A afirmação é do presidente da Associação Brasileira de Emissoras Públicas, Educativas e Culturais (Abepec), Jorge Cunha Lima. Ele participa do 1º Fórum Nacional de TVs Públicas, que começa hoje (8) em Brasília. "Precisamos dar meios a essa televisão, meios financeiros, meios jurídicos. Meio jurídico quer dizer que todas as televisões públicas do Brasil tenham independência intelectual e administrativa", disse Lima hoje (8) em entrevista à TV Nacional.O presidente da Abepec destaca que é a própria sociedade quem deve mandar na televisão pública, o que, segundo ele, pode ser feito por meio de conselhos que tenham representantes, por exemplo, da sociedade civil e do governo. Para Lima, o principal desafio do fórum é situar a TV pública no contexto das necessidades brasileiras. "Precisamos de uma televisão capaz de ajudar a formação crítica do cidadão", disse. Ele ressaltou que é preciso investir na programação para que ela possa atrair o interesse da sociedade. "O que faz uma televisão é o produto, é a programação. E a televisão pública está no encalço de uma programação de alto interesse da sociedade."O 1º Fórum Nacional das TVs Públicas reúne membros do governo, da sociedade civil e de emissoras públicas, educativas e comunitárias em torno do debate sobre o modelo de televisão pública do país. O encontro é organizado pelo Ministério da Cultura, Radiobrás, TVE - Rede Brasil, Gabinete da Presidência, Secretaria de Comunicação Social e entidades representativas do setor.Até sexta-feira (11), o fórum promoverá uma série de plenárias, das quais sairá um documento com recomendações para a construção de um sistema público de comunicação. Entre as principais propostas que resultaram dos últimos meses de discussão, reunidas em dois cadernos de debates, estão a independência da futura emissora em relação aos governos federal e estaduais, além da participação da sociedade na gestão do conteúdo.