Sindicato de funcionários diz que adesão à greve do BC no Rio é quase total

08/05/2007 - 16h56

Luiza Bandeira
Da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A adesão à greve dos funcionários do Banco Central no Rio de Janeiro chegou hoje (8) a 95%, segundo o presidente do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central, regional Rio de Janeiro (Sinal-RJ), Sérgio Belsito. De acordo com o  sindicato, 90% dos funcionários da sede do banco em Brasília estão paralisados, e a taxa de adesão nas outras regionais é superior a 80%. O Banco Central ainda não divulgou o balanço oficial da paralisação hoje. A instituição informou, entretanto, que ontem(7) 1.692 dos 4.831 funcionários do banco não trabalharam em todo o Brasil, o que representa 35,02% de adesão à greve.  Os servidores do Banco Central estão paralisados desde o último dia 3 e pedem a antecipação das parcelas de recomposição salarial. Segundo Belsito, o governo reconheceu a necessidade de reajustar os salários em 30% ainda em 2006, mas se comprometeu a implementar a tabela salarial apenas em 2008. Belsito disse que o sindicato não quer dar anegociação como encerrada, mas que o governo se recusa a reabri-la. "O governo não dá resposta nenhuma, está calado, não se manifesta. Ele está testando se a gente está disposto realmente a lutar, e o pessoalestá disposto a lutar porque não está querendo abrir mão de receber alguma coisa ainda para este ano", afirmou. O presidente do Sintral-RJ informou que os sindicalistas tentarão conseguir o apoio de parlamentares para fazer com que o governo reabra as negociações. Belsito informou que alguns dirigentes regionais do sindicato devem ir a Brasília para tentar  audiência, amanhã (9), com o ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo.Ele disse que a continuação da greve dos funcionários do BC pode prejudicar a população. A paralisação do Departamento de Operações do Mercado Financeiro, por exemplo, pode gerar atraso de operações e de fornecimento de informações para o mercado financeiro, afirmou Belsito. O Departamento de Meio Circulante também paralisou as remessas de dinheiropara o Banco do Brasil e para bancos privados.A assessoria de comunicação do Banco Central confirmou que pode haver demora na divulgação de taxas e informações sobre reservas. De acordo com a assessoria, a população não será, entretanto, prejudicada pela greve, porque o sistema de contingenciamento do BC não permite que atividades essenciais, como a compra e venda de dólares, sejamparalisadas. O Banco Central não quis se pronunciar sobre a reabertura das negociações com os grevistas.