Senador questiona criação de outra CPI do Apagão Aéreo

08/05/2007 - 19h22

José Carlos Mattedi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O senador Wellington Salgado (PMDB-MG) entrou hoje (9) com um requerimento na Mesa Diretora da Casa questionando se é possível haver duas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI) no Congresso Nacional para discutir um mesmo assunto, no caso, a crise no setor aéreo. Não há prazo para uma decisão da Mesa, mas se a decisão for favorável à discussão da matéria, o plenário terá que decidir se a Casa poderá comportar uma CPI parecida com a Câmara dos  Deputados, que já foi aberta.Salgado disse que aguarda uma decisão favorável ao seu pleito, caso contrário irá recorrer à Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). “Aguardo uma decisão da Mesa Diretora, que deve sair amanhã. Se a resposta for positiva, o plenário vai decidir sobre a questão. Se for negativa, vou recorrer à CCJ. Espero que até o final da tramitação do  requerimento não se nomeie nenhum senador para a CPI que se pretende criar aqui, porque esse é um direito regimental que eu tenho”, disse Salgado.Há um acordo dos líderes partidários para a indicação do nome dos 13 membros titulares da CPI do Apagão Aéreo, mais os suplentes, até a próxima segunda-feira (15).O líder do governo, senador Romero Jucá (PMDB-RR), disse que o pedido de Salgado não representa uma posição do bloco governista em querer barrar a CPI no Senado. Segundo ele, o acordo com a oposição de indicação dos membros da CPI até o dia 15 está mantido.O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), observou que considera difícil que não saia uma CPI na Casa. “Duas CPIs podem não ter uma racionalidade, mas com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) favorável à Câmara dos Deputados, não há nada o que fazer. Temos um prazo até o dia 15 ,e se ao final os líderes não indicarem os nomes, caberá ao presidente fazê-lo”, disse.Sobre a possibilidade de se questionar na CCJ sobre a viabilidade de duas CPIs parecidas no Congresso, Renan foi enfático: “Não há aqui o desejo deliberado de se empurrar a questão com a barriga”.