Manifestantes pedem que sociedade fique atenta a debate sobre legalização do aborto

08/05/2007 - 20h24

Ana Luiza Zenker
Da Agência Brasil
Brasília - Representantes de organizações da sociedade civil e de frentes parlamentares contra o aborto participaram hoje (8) de uma caminhada contra a legalização do aborto no Brasil. A manifestação saiu da Catedral Metropolitana de Brasília e foi até a Praça dos Três Poderes. Os manifestantes fizeram uma parada em frente ao Ministério da Saúde e apresentaram cartões vermelhos, simbolizando repúdio a declarações do ministro José Gomes Temporão, que classificou o aborto de problema de saúde pública.Após a caminhada, representantes do movimento entregaram ao vice-presidente José Alencar a Carta de Brasília, um documento contra a legalização do aborto no Brasil, juntamente com um abaixo assinado pedindo que não sejam aprovados os projetos que tramitam no Congresso Nacional pela legalização dessa prática. Um dos objetivos da caminhada era chamar a atenção da sociedade para o problema e para sua discussão no Congresso Nacional. “Isso vai fazer com que, aqui dentro da Câmara dos Deputados e do Senado, aqueles que não tomaram posição, tomem posição”, disse o deputado João Campos (PSDB-GO), um dos parlamentares que participaram da caminhada. O presidente da Associação Nacional Pró-Vida Pró-Família, Paulo Fernando Melo, afirmou que a caminhada e a carta, que  será encaminhada ao governo federal, são atos “de clamor à vida, de sim à vida, mostrando que a sociedade brasileira é radicalmente contra o aborto”.A presidente da Federação Paulista dos Movimentos em Defesa da Vida, Maria Dolly Guimarães, ressaltou que as mulheres não abortam porque querem, mas porque não têm outra opção. “O que nós precisamos é de políticas públicas que assegurem a gravidez, o parto e o pós-parto com atenção médica”, defendeu Maria Dolly. Ela citou pesquisa do Ibope, realizada em 2005, cujos resultados teriam mostrado que 97% da população é contra a legalização do aborto.O Ministério da Saúde não se pronunciou especificamente sobre a caminhada, mas reafirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que o que o ministro Temporão propôs não foi a legalização do aborto, mas uma discussão sobre tema. Segundo a assessoria, existe uma grande diferença entre defender o aborto e defender a discussão.