Carolina Cabral
Da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Duas pessoas foram presas hoje (30) pela manhã no Rio de Janeiro, durante a Operação Vaga Certa da Polícia Federal (PF). A ação tem como objetivo combater um esquema de venda de vagas em universidades públicas e particulares, em geral para cursos de Medicina, de vários estados do Brasil. Cinqüenta policiais federais estão cumprindo nove mandados de prisão e oito de busca e apreensão nos estados do Rio de Janeiro e Ceará, pedidos pelo Ministério Público Federal.De acordo com o procurador responsável pela denúncia, Marcelo Miller, o esquema só foi bem sucedido graças à participação de estudantes universitários."O comprador da vaga, uma vez feita a negociação com a quadrilha, depositava uma certa quantia e enviava documentos para uma caixa postal que a quadrilha administrava. A partir daí, ela falsificava documentos e entregava a outro integrante da quadrilha, que fazia o vestibular no lugar do comprador da vaga", contou. "Em geral, esse integrante é universitário, apresenta notas altas na universidade e muitas vezes consegue a aprovação. Embora não haja garantia de aprovação, há uma grande probabilidade. Várias vagas foram obtidas dessa forma".Segundo a PF, os universitários que faziam as provas de vestibular no lugar dos verdadeiros candidatos recebiam R$ 6 mil por cada aprovação. Além disso, a quadrilha vendia o direito de transferência de universitários aprovados em universidades particulares para universidades federais e estaduais. Por cada uma dessas vagas, a quadrilha recebia de R$ 25 mil a R$ 70 mil.