Lula pede mais atenção de chefes de Estado para integração educacional sul-americana

26/04/2007 - 13h38

Mylena Fiori
Enviada especial
Santiago (Chile) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediuhoje mais atenção dos chefes deEstado sul-americanos para a integração educacional daregião. “Nesses próximos anos de mandato que temos,precisamos transformar o intercâmbio educacional dos paísesda América do Sul e da América Latina em umarealidade”.O presidente fez asafirmações ao visitar a escola municipal LiceuRepública do Brasil, onde foi assinado memorando de cooperaçãobilateral na área de educação. A escola éuma das dez instituições de ensino do Chile que mantêmlaços com a representação diplomáticabrasileira.No discurso, Lula disseque algo não está completo no discurso de integraçãosul-americana e citou como exemplo o fato de, hoje, o intercâmbiodos estudantes da região ser maior com a Europa do que com ospaíses vizinhos. Lula sugeriu que o tema seja tratado naspróximas reuniões dos chefes de Estado da região.Lula tambémmencionou o “sonho” de construir a Universidade do Mercosul epropôs um passo adiante: “É necessário criarvárias universidades latino-americanas para que nossos jovenspossam transitar pelo continente”Para Lula, da mesmaforma que as escolas chilenas têm interesse pela culturabrasileira, o Brasil “está fazendo um esforço paracompreender melhor a cultura de nossos vizinhos”. Ele mencionou, aobrigatoriedade do ensino de espanhol nas escolas públicabrasileiras e sugeriu que se incentive o ensino de portuguêsnas escolas chilenas.“Fomos estreitandonossas relações em todos os campos, do comércioao diálogo político, da integração físicaà energia, não podemos deixar de lado a educação.Queremos uma cooperação cada vez mais abrangente eambiciosa, que inclua do ensino básico até os níveissuperior e técnico”.A presidente chilena,Michelle Bachelet, também destacou a importância daeducação no processo de integraçãoregional. “Queremos a verdadeira integraçãolatino-americana, não queremos um período de integraçãoque logo passe”, afirmou Bachelet, acrescentando que esta éa razão de seu país estar “apostando na educação”.