Banco Central reduz projeção da inflação acumulada

26/04/2007 - 13h19

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O aumento acumulado das tarifas deenergia elétrica, estimado antes em 3,3%, teve a projeçãoreduzida para 2,2%, de acordo com a ata da reunião que o Comitê dePolítica Monetária (Copom) do Banco Central realizou na semana passada.O documento foi divulgado hoje (26) e mostra, também, que a projeção dereajustes acumulados da telefonia fixa para 2007 caiu de 3,9% para 3,4%.Essa avaliação das tendências deinflação, realizada pelo BC, considera, ainda, que os preços dagasolina e do gás de cozinha não sofreram reajustes ao longo de 2007, adespeito da “incerteza inerente às previsões dos preços futuros dopetróleo”. Em especial, explica o documento, por causa da incerteza geopolítica no Oriente Médio.De modo geral, a ata do Copom afirma que a projeção de inflação acumulada é de 4,2%, e não mais de 4,5%, como afirmava na reunião anterior. Essa taxa se refere a preços de combustíveis, energiaelétrica, telefonia, medicamentos, educação, água, saneamento,transporte urbano, entre outros, grupo conhecido como "produtos com preços administrados por contrato ou monitorados".O valor projetado pelo BC está acima, portanto, da projeção divulgada noBoletim Focus. O boletim é uma pesquisa realizada pelo BC com cem analistas do mercado financeiro. Distribuido na última segunda-feira (23), o boletim previa inflação para 2007 de 3,5% nos preços administrados. Para2008, o boletim projeta inflação de 5,2% nospreços administrados, que equivalem a quase um terço na composição doÍndice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), parâmetro para a trajetória de metas do governo.O Copom não faz previsões da inflação, mas destacaa pesquisa que a Gerência-Executiva de Relacionamento com Investidores(Gerin) faz todas as semanas junto a uma centena de analistas demercado. A pesquisa mostra o IPCA em torno de 3,8% no ano, comprojeção de 3,64% nos próximos 12 meses.Essa expectativa, segundo a ata do Copom, sugere "aconsolidação de um ambiente macroeconômico cada vez mais favorável,para horizontes mais longos”. Em outras palavras: favorável àcontinuação do processo de redução da taxa básica de juros.