Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O Índice de Preços ao Consumidor da Terceira Idade (IPC-3i) chegou a 1,57% no primeiro trimestre de 2007. Os preços dos alimentos foram os que mais contribuíram para o avanço do índice, que mede o custo da cesta de consumo de famílias compostas principalmente por pessoas com mais de 60 anos. De acordo com os dados divulgados hoje (14) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), nos 12 meses fechados em março, o índice acumulou em 3,03%. No primeiro trimestre, o grupo Alimentação teve alta de 4,44% e respondeu por mais de 80% da variação do IPC-3i. Em 2006, essa classe de despesas respondeu por apenas 10% do índice acumulado em igual período. As principais influências vieram de hortaliças e legumes (36,10%), com destaque para tomate (92,39%), cenoura (61,08%) e alface (25,81%). O coordenador do IPC Brasil, André Braz acredita, no entanto, que a tendência é que no próximo trimestre os preços desses alimentos devem se estabilizar. “Os preços dos alimentos in natura subiram muito nesse primeiro trimestre por causa do excesso de chuvas seguido de calor intenso, que prejudicou a oferta. Foi um movimento como não víamos há pelo menos cinco anos. Para o próximo trimestre, no entanto, a nossa expectativa é que os alimentos in natura já não apresentem essas taxas de variação. Estamos iniciando um período com clima mais estável e flutuações dessa magnitude dificilmente ocorrem”, afirmou.Ele destacou, no entanto, que no próximo levantamento novas pressões devem ser exercidas por medicamentos e planos de saúde, que sofreram reajustes no fim do primeiro trimestre. De acordo com Braz, esses são os dois itens de maior peso dentro dos orçamentos de famílias com pessoas de idade mais avançada. Também subiram os preços de Saúde e Cuidados Pessoais (1,22%), com destaque para Plano e Seguro Saúde (2,15%); e de Habitação (0,36%), principalmente empregados domésticos (1,16%), material para limpeza (0,99%), taxa de água e esgoto residencial (0,86%) e aluguel residencial (0,74%). Juntas, essas duas classes de despesas responderam por 20% do resultado total do período.As classes Transportes (0,81%) e Despesas Diversas (1,30%), somadas, contribuíram apenas com 10% do índice geral, e os destaques foram tarifa de ônibus urbano (2,66%) e álcool combustível (6,99%), no primeiro grupo, e serviço religioso e funerário (4,70%) no segundo. Em movimento oposto, as taxas de Vestuário (-3,87%) e Educação, Leitura e Recreação (-0,63%) registraram taxas negativas no primeiro trimestre de 2007. De acordo com a FGV, a queda nos preços do primeiro grupo foi influenciada pelas promoções da coleção de verão, enquanto no segundo, o destaque foi passagens aéreas, que teve variação de – 24,64%.