Brigada militar abre inquérito para apurar conflitos em fazenda do Rio Grande do Sul

13/04/2007 - 19h36

Luziane Ximenes
Da Agência Brasil
Brasília - A Brigada Militar do Rio Grande do Sul instalou um inquérito para apurar o conflito envolvendo empregados da fazenda Guerra e integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST).A informação foi dada hoje (13) pelo coronel Valdir Cereti. Segundo ele, dentro de 40 dias, o inquérito será remetido à Justiça Militar. "Ele já está em andamento. Serão ouvidas todas as partes e colhidas todas as provas para que tudo seja esclarecido".Segundo o assessor de Comunicação do MST no estado, Miguel Stedile, esta semana, a Brigada Militar entrou na fazenda onde pelo menos 700 famílias estavam acampadas, provocou os agricultores e disparou balas de borracha. Ele ressaltou que as famílias revidaram atirando pedras e que um integrante do movimento, Daniel Mafalda Chaves, levou um tiro na perna.O coronel Cereti negou a versão do assessor do MST. Ele disse que a "confusão" ocorreu entre os empregados da fazenda e os integrantes do movimento. “A Brigada chegou para defender os empregados e não houve confronto”.A ocupação desta semana foi a 8ª realizada pelo movimento, segundo a assessoria do MST no Rio Grande do Sul. Mas a desapropriação da fazenda Guerra para fins de reforma agrária não é um pedido apenas dos sem-terra. A terra tem nove mil hectares e se estende por três municípios da região norte – Carazinho, Coqueiros do Sul e Pontão. Os prefeitos dos municípios envolvidos também apoiam a causa.Ontem (14), um grupo de prefeitos foi a Brasília para encontrar o ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, e cobrar uma posição do governo sobre a situação da fazenda.