Centrais sindicais apresentam cerca de 150 propostas para o desenvolvimento

04/04/2007 - 20h53

Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Sete centrais sindicais apresentaram hoje (4) um documento com mais de 150 propostas para o desenvolvimento do país. Em linhas gerais, o texto, de 37 páginas, defende o desenvolvimento sustentável com distribuição de renda, sustentabilidade ambiental e valorização do trabalho. As medidas prevêem, dentre outras, a manutenção do processo de valorização do salário mínimo em longo prazo por meio de aumentos reais; metas para a geração de empregos; redução das taxas de juros para a diminuição do endividamento público; e participação de movimentos sociais nas instâncias de decisão de política pública, como nas agências reguladoras.A divulgação das propostas faz parte de um movimento das centrais chamado Jornada pelo Desenvolvimento, que pretende elaborar permanentemente uma agenda propositiva do movimento sindical para o desenvolvimento do país.Clemente Ganz Lúcio, diretor do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), um dos órgãos que coordenou a elaboração do documento, destaca o combate à desigualdade social como uma das linhas mestras do documento."Por um lado, a desigualdade em si é um impeditivo para desenvolvimento. Ou seja, a gente não sai da situação desse país subdesenvolvido se não enfrentarmos a questão da desiguladade”, diz, acrescentando que a decisão das centrais de elaborar em conjunto o documento foi tomada após a experiência positiva de negociação do salário mínimo.A agenda dos trabalhadores foi discutida em 15 encontros de representantes da Central Autônoma de Trabalhares (CAT), Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT), Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST) e Social Democracia Sindical (SDS).Os sindicalistas pretendem levar a agenda para a apreciação do presidente da República, do Congresso Nacional e da iniciativa privada. Uma série de debates com trabalhadores deve ocorrer também."Uma das grandes preocupações nossas é a alta informalidade. Esse é um problema central  do conjunto da sociedade brasileira. Não adianta ter um PAC que investe em determinados setores na geração de mão de obra, como construção civil, se você não tiver a contrapartida da formalização dos trabalhadores desse setor”, afirma o presidente da CUT,  Artur Henrique.Um site deve ser criado para facilitar o acesso público a todas as propostas.