Salário mínimo está em recuperação, diz assessora técnica do Dieese

01/04/2007 - 14h02

Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O salário mínimo está “emrecuperação”, apesar de não ter alcançadoa promessa de reajuste de 100% para o primeiro mandato do governo. Aavaliação é da assessora técnica doDepartamento Intersindical de Estatística e EstudosSocioeconômicos (Dieese) Lilian Arruda Marques. O saláriopassou de R$ 200, em 2002, para R$ 380, neste ano, um aumento real(acima da inflação medida pelo INPC) estimado de 32,1%.“Não é o que foi prometido, masfoi um ganho muito significativo. Desde 1995, o salário mínimopraticamente dobrou”, disse a técnica, em entrevista àAgência Brasil.Lilian Arruda Marques considera ainda um avançoa proposta de criação de uma política constantede reajuste do salário mínimo, em análise noCongresso Nacional. A proposta define que, a partir de 2008, oaumento será equivalente à inflação e àvariação do Produto Interno Bruto (PIB), soma dasriquezas produzidas no país. Essa proposta foi discutida entreas centrais sindicais e o governo. “Se o desempenho da economia, da inflação,do emprego for muito bom, as centrais provavelmente voltarão anegociar um ganho real maior. Mas pelo menos um ganho real mínimojá está garantido”, enfatizou. “Isso já é um avançopensando na história do salário mínimo noBrasil, porque ele teve uma desvalorização muito grandeao longo dos anos. No começo dos anos 90, ele valia muitopouco se comparada a 1940, quando foi criado. Então, devagar está sendo recuperado o poderaquisitivo”, acrescentou Marques.A técnica defendeu a política derecuperação do salário mínimo como umestímulo a economias locais. “Vem sendo demostrado que osalário mínimo tem um grande peso na distribuiçãode renda, no gasto das famílias de baixa renda”, disse. “Asfamílias gastam o salário onde residem, comprandoremédio, alimentação, roupas. Isso dá umanova dinâmica para a economia local. Tanto é assim que oconsumo das famílias vem aumentado, mais do que o PIB.”