Reservas internacionais brasileiras ultrapassam os US$ 100 bilhões

28/02/2007 - 19h23

Edla Lula
Repórter da Agência Brasil
Brasília - As reservas internacionais brasileiras ultrapassaram, pelaprimeira vez, a barreira dos US$ 100 bilhões. O Banco Central divulgou hoje(28) que as reservas – uma espécie de poupança que o país faz para enfrentareventuais choques econômicos - atingiram US$ 100,3 bilhões, ontem (27). O ministro da Fazenda, Guido Mantega, comemorou, afirmandoque "isso torna o país muito mais resistente a essa turbulênciainternacional que vira e mexe aparece". E lembrou que o mercado financeirointernacional é hoje "poderoso e alavancado", e que por isso o Brasilprecisar ter reservas elevadas para enfrentar a situação em caso de fuga deinvestimentos. "Com as reservas, estaremos vacinados contraturbulência internacional", garantiu. Um exemplo do que poderia ser uma turbulência internacionalfoi a oscilação ontem (27) nas bolsas de valores do mundo inteiro provocada porrumores de que o governo chinês planejaria travar a entrada de investimentos nopaís. Hoje os mercados amanheceram mais calmos. No caso do Brasil, Mantega afirmou que solidez da econômica– incluindo as reservas – impediram conseqüências maiores. Mantega afirmouainda que há espaço para aumentar ainda mais o estoque de dólares. "Essasreservas são altas em relação aquilo que o Brasil teve em relação à história,mas se você for comparar a outros países emergentes, elas podem crescer aindamais". Quanto ao preço que o país paga para acumular a moedaestrangeira, Mantega disse que colocando na balança "você paga uma contaum pouquinho mais salgada e tem uma série de benefícios". As reservas internacionais são compostas por dólares queentram no país fruto das exportações e das aplicações financeiras e também pormeio das compras da moeda americana que o BC realiza. Para adquirir os dólares,o BC vende títulos públicos atrelados à taxa Selic, hoje em 13%. Quando aplicaos dólares em títulos no exterior, a remuneração é de aproximadamente 5%. Ocusto da compra de dólares sai para o Brasil a 8%, por isso alguns analistascriticam a política de recomposição de reservas iniciada em 2004 pelo BancoCentral. Mantega afirmou que é graças à segurança dada pelo Brasil deque está imune a turbulências que os países que emprestam ao país hoje cobramtaxas mais baixas. "Essa segurança que temos hoje de que a turbulência nãonos afeta vale ouro". Ontem,após audiência na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, o presidente doBanco Central, Henrique Meirelles, afirmou que a política de compra de dólarespara ampliar as reservas continuará este ano.