Governo discute formas de substituir produção de fumo

27/02/2007 - 22h27

Bárbara Lobato
Da Agência Brasil
Brasília - Representantes de países produtores de fumo e especialistas reuniram-se hoje (28) para discutir alternativas à produção de tabaco. O encontro termina amanhã (1º) na sede da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) em Brasília. De acordo com o secretário de Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Adoniram Sanches, a produção de tabaco gera renda para, aproximadamente, 200 mil famílias no Brasil. A proposta do governo, de acordo com o secretário, é apresentar novas alternativas para não “sacrificar” as famílias que tem o tabaco como principal fonte de renda.Sanches destacou que o consumo mundial do produto está caindo em todo o mundo. No Brasil, com as propagandas contra o consumo divulgadas na mídia e nas carteiras de cigarro em 1995, o consumo passou de 39% para 19% no país. “Se o mundo adotar mecanismos como estes, o consumo mundial irá diminuir ainda mais”.“Estamos conscientes que os agricultores não são malfeitores da lei, mas a médio e longo prazo terão problemas com a exportação do tabaco. Por isso o governo vem atuando no setor com investimentos em pesquisas”.De acordo com ele, o investimento previsto para o Brasil é a busca de novas alternativas de produção agrícola como plantas medicinais e sistemas orgânicos. Ele informou ainda que está previsto que o Ministério do Desenvolvimento Agrário e o Ministério da Agricultura invistam R$ 10 milhões em programas de diversificação produtiva em regiões produtoras de tabaco. Na opinião da consultora de tabaco da Opas, Vera Luiza da Costa e Silva, os impactos da redução na produção de tabaco, principalmente na região Norte, só serão notadas daqui a 20, 30 anos. “A região Norte é a que mais apresenta problemas. A região era grande exportadora de charuto. A exportação caiu e, por conseqüência, a produção também”.  De acordo com Vera, é preciso discutir propostas para que as famílias não fiquem desamparadas. “A região já sofre muito pois o emprego diminuiu. Nós estamos num momento de desenvolver pesquisas para a área”, concluiu.