Paulo Montoia
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A taxa de desemprego total na Grande São Paulo em janeiro foi de 14,4%, segundo a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) divulgada hoje (28) pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-econômicos (Dieese).Mas a mesma taxa ficou em 12,2% segundo apuração do Instituto Brasileiro de Geografia Econômica (IBGE). Essa diferença de 2,1 pontos percentuais numa População Economicamente Ativa de 10,1 milhões de pessoas, representa mais de 200 mil pessoas que poderiam ou não estar desempregadas na Grande São Paulo em janeiro.Afinal, elas estavam ou não desempregadas? A diferença se explica pelos métodos de pesquisa e, de acordo com a Fundação Seade, que considera utilizar um conceito mais amplo e rigoroso, sim, essas pessoas estavam desempregadas.Em entrevista à Agência Brasil, o coordenador da equipe de análise da PED, o economista Alexandre Loloian, explicou que embora as duas pesquisas sejam domiciliares, há duas diferenças que geram resultados menores na apuração do IBGE. Segundo Loloian, o IBGE considera “ocupada” uma pessoa que procura emprego mas trabalhou ao menos uma hora na semana de referência [a semana anterior ao do momento da pesquisa]. Além disso, a Seade utiliza duas outras categorias que não são usadas pelo IBGE: a de Desemprego Oculto pelo Trabalho Precário e do Desemprego Oculto pelo Desalento e Outros.No primeiro grupo, estão pessoas “que realizam algum trabalho remunerado eventual, sem qualquer perspectiva de continuidade e previsibilidade, ou realizam trabalho não-remunerado em ajuda de negócios de parentes e que procuraram mudar de trabalho nos trinta dias anteriores ao da entrevista ou que, não tendo procurado neste período, o fizeram sem êxito até doze meses atrás”. No segundo grupo, o do Desemprego Oculto pelo Desalento e Outros, estão “pessoas que não possuem trabalho e nem procuraram nos últimos trinta dias (...) ma apresentaram procura efetiva de trabalho nos últimos doze meses”.Segundo Loloian, essa diferença de métodos sempre resultará em taxas de desemprego gerais maiores na pesquisa da Seade em relação à do IBGE. “Sempre vai haver alguma diferença e, no caso da PED, a nossa taxa de desemprego total tende a ser sempre superior à taxa de desemprego que o IBGE divulga, sim”.