Brasil quer parceria dos Estados Unidos para reconstrução do Haiti

28/02/2007 - 20h58

Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Brasil e Estados Unidos poderão atuar em parceria nareconstrução do Haiti. A cooperação bilateral em terceiros países será debatidadurante visita do presidente norte-americano, George Bush, ao Brasil, nos dias8 e 9 de março, segundo informou nesta terça-feira (28) o ministro das RelaçõesExteriores, Celso Amorim. “O Haiti deve ser um tema importante, precisamos demuita ação. No curto prazo você tem que mostrar que a vida melhorou”, afirmou. Segundo Amorim, não basta que as tropas brasileiras garantamsegurança aos haitianos. É preciso construir escolas. “Para isso precisamos dedinheiro norte-americano”, destacou Amorim. O Brasil comanda as forças militares da Missão deEstabilização das Nações Unidas no Haiti (Minustah) – a missão está no paísdesde 2004, em razão da crise política e social que resultou da queda doex-presidente Jean Bertrand Aristide. O mandato da missão vem sendo renovado deforma contínua, desde então. No dia 15 deste mês, o Conselho de Segurança daONU decidiu ampliar a permanência da força de estabilização no país mais pobredas Américas até 15 de outubro deste ano.   De acordo com o ministro brasileiro, Brasil e Estados Unidosnão deverão tratar da situação política dos vizinhos sul-americanos, embora avisita de George Bush inclua outros países da região. “Não somos intermediáriosde ninguém, não vamos falar em nome de ninguém, mas vamos tentar que essa boarelação (entre Brasil e Estados Unidos) seja útil para toda a América do Sul”,afirmou Amorim. “O que nós queremos é que os Estados Unidos tenham uma visãode compreensão dos problemas da América do Sul, compreensão da diversidade, dapluralidade que existe na América do Sul, e das nossas reivindicaçõeseconômicas”, ressaltou, reforçando que o Brasil não obterá nenhuma vantagem quenão alcance também os vizinhos sul-americanos.Indagado sobre um maior interesse, neste momento, dosEstados Unidos pela região, afirmou: “Tenho impressão de que há um interesseacrescido. Nós podemos contribuir para que esse interesse se traduza em coisaspositivas numa visão de cooperação e não no estilo antigo de intervenção, quenão deve existir. Acho que a relação com o Brasil contribui para isso”.