Ivan Richard
Da Agência Brasil
Brasília - O sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, da Organização dos Estados Ibero-americanos para Educação, a Ciência e a Cultura (OEI) e autor do estudo Mapa da Violência dos Municípios Brasileiros, acredita que o Brasil precisa desenvolver políticas específicas nas regiões onde foram registrados os maiores índices de violência.Segundo o mapa, resultado da parceria entre a OEI e o Ministério da Saúde, com base em dados de 1994 a 2004, as mortes por homicídios no Brasil concentram-se em 556 dos 5.560 municípios brasileiros, ou seja, cerca de 10% das cidades do país. “Acho importante identificar quais são essas cidades e desenvolver políticas consistentes e integradas, abrangendo esses municípios”, afirmou Waiselfisz.Conforme o estudo, as mortes violentas vêm ocorrendo com maior intensidade no interior, principalmente na região Centro-Oeste. Entre as dez cidades com maior taxa de mortalidade, quatro são do Mato Grosso - Colniza (1º), Juruena (2º), São José do Xingu (5º), Aripoanã (8º). Os demais são Coronel Sapucaia (MS), em 3º, Serra (ES), em 4º, Vila Boa (GO), em 6º, Tailândia (PA), em 7º, Ilha de Itamaracá (PE), em 9º, e Macaé (RJ), em 10º.Waiselfisz citou o exemplo da atuação do governo em relação à faixa da população mais pobre que, nos últimos, registrou melhoria da qualidade de vida influenciada por programas assistências de repasse de recursos como o Fome Zero. “A conclusão que chegamos é que podemos trabalhar com políticas mais focalizadas. Por exemplo, a do Bolsa Família que vai diretamente ao grupo de baixa renda e os resultados mostram que as políticas para essa faixa da população fez diminuir a pobreza”, comparou.De acordo com o sociólogo, uma discussão seria uma política geral para todo o país, em um montante de 5.560 municípios, e outra seria uma ação centralizando investimentos em um número menor de municípios. “Se você focaliza a política tem mais recurso para essa ação. Estes 556 municípios que nós identificamos, ou menos ainda, se pode trabalhar com 100 maiores taxas de mortalidade, mas com políticas integradas, focalizadas, com efeito especifico”, argumentou.