Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A crise nos aeroportos brasileiros, que diminuiu oturismo nacional, está refletindo de forma negativa no desempenhofinanceiro dos shopping centers neste início do ano. AAssociação das Empresas Lojistas em Shopping Centers do Estado do Riode Janeiro (Aloserj) registrou, de janeiro até a semana passada,retração de 7,5% nas vendas.O diretor executivo da entidade, Gilberto Catran, disse hoje à Agência Brasil queapesar de neste ano ter chegado ao país um maior número detransatlânticos, o que significa aumento do turismo internacional, omovimento nas vendas não correspondeu."Também o turismo nacional tem estado muito aquém do esperado porconta desse problema dos aeroportos. Muitas pessoas deixaram deviajar”. Pesquisa da Aloserj junto nos principais shopping centers fluminenses mostra que a redução de turistas nacionais einternacionais está determinando o resultado negativo no iníciodo ano, informou Catran.De acordo com Catran, a esses fatores se somam gastos tradicionaisdas famílias brasileiras no período, como pagamento de impostos, entre os quais o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) eImposto sobre Propriedade de Veículos Automotores(IPVA),“que afetam principalmente a classe média”, e a compra dematerial escolar, “que afeta todas as classes da população”. Os festejos do carnaval não parecem animar o setor. “A grandeexpectativa era com o movimento turístico, que aumenta muito o fluxo deconsumidores em potencial nos shoppings. Isso não estáacontecendo”, disse Catran.Um fator que reforça isso é a posturadas empresas em relação aos funcionários temporários de dezembro, queforam dispensados antes do carnaval, contrariando a tendência normalque é de os lojistas esperarem o carnaval para fazer uma análisede desempenho e, então, retornarem à sua equipe básica, esclareceu.“Eles anteciparam essas demissões. É sinal de que o movimento não estábom”.Para o ano de 2007, a perspectiva é de que o crescimento dofaturamento do setor não seja muito grande, devendo oscilar entre 2% e3%. “Não tem condições macro-econômicas, estruturais, que determinemum incremento maior do que esse”, apontou. No anopassado, os lojistas filiados à Aloserj registraram aumento em torno de2,5% nas vendas. O percentual vem se repetindo nos últimos quatro anos,acompanhando o poder aquisitivo do trabalhador, desemprego,restrições da economia, citou.Catran lembrou que a classe média hoje tem outras despesas quecomprometem a renda, como telefone celular e Internet. “Tinha maisdinheiro liberado para o consumo de produtos, não de serviços. Entãoisso determinou os níveis de crescimento pequenos nos últimosquatro a cinco anos”, observou.