Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Os atos de violência contra os homossexuais não se restringem à zona sul do Rio de Janeiro, alertou hoje (17) o coordenador da organização não-governamental Centro de Educação Sexual (Cedus), Roberto Pereira. Ele disse ter recebido denúncias também de grupos de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, sobre agressões que teriam, inclusive, o apoio de policiais.“As pessoas estão sendo roubadas, violentadas, ameaçadas. E o movimento lá também tem feito uma documentação, tem pedido reunião com os órgãos de segurança”, revelou. Nesta tarde, o Grupo Arco-Íris de Conscientização Homossexual promove na Praia de Ipanema um ato público contra a homofobia e pela paz, motivado por denúncias de agressões contra gays e simpatizantes que estariam sendo praticadas por gangues da rua Farme de Amoedo, naquele bairro da zona sul carioca.Roberto Pereira afirmou que “vira e mexe, a gente volta a ter esse tipo de comportamento, apesar de viver numa sociedade que, aparentemente, tem uma abertura muito grande”. Ele informou que manifestações de intolerância, de homofobia e violência se repetem com alguma freqüência em todo o país, principalmente em pontos de grande concentração de homossexuais.Pereira defendeu um reforço do policiamento nesses locais não só no carnaval, mas durante todo o ano. Na avaliação dele, "há um certo afrouxamento da segurança e os policiais, de forma geral, não manifestam muito interesse em proteger os homossexuais".O Cedus foi fundado no Rio de Janeiro em 1993 e tem como foco central de atuação as questões de sexualidade, saúde e cidadania. A organização não-governamental faz parte da secretaria executiva do Fórum de Combate à Aids do Estado do Rio de Janeiro. “Por acreditar na força da sociedade civil organizada, a gente está sempre junto de movimentos de defesa da cidadania”, explicou Pereira.