Marcela Rebelo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O diretor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Antônio Augusto Queiroz, acredita que há clima no Congresso Nacional para incluir na reforma política a lista fechada de votação. “Acho que essa é uma mudança que, provavelmente, virá nessa reforma política no sentido de que o mandato deixe de pertencer ao parlamentar e passe a pertencer ao partido”, afirmou Queiroz em entrevista à Radiobrás.O eleitor, dessa forma, deixaria de votar no candidato e votaria na lista partidária, definida na convenção da legenda. “Ao votar, o eleitor está elegendo aquela lista. Se atingir quociente para eleger cinco parlamentares, os cinco primeiros da lista serão empossados e os demais ficam na condição de suplente”, explicou.“Acho que há ambiente para isso, embora haja pontualmente rejeições”, disse. As rejeições, segundo ele, referem-se ao temor de que o poder econômico domine as convenções e as direções partidárias coloquem os que têm mais dinheiro ou os que têm mais proximidade com os presidentes das legendas em posição privilegiada na lista.“Isso resultaria no detrimento de outros mais qualificados e de minorias. Poderia haver dificuldade, por exemplo, de garantir a presença feminina nas chapas”. Mas, na avaliação de Queiroz, caberia à sociedade fiscalizar e denunciar os partidos que cometessem algum desvio.Para o diretor do Diap, a reforma política nesta legislatura vai ser “muito oportuna”. Queiroz explica que e reforma está estruturada fundamentalmente em três diretrizes: a fidelidade partidária, o financiamento de campanha e a valorização dos partidos como instituições ideológicas.