Projeto Carnaval e Cidadania forma pequenos empreendedores no Rio

16/02/2007 - 18h56

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Desdesetembro do ano passado, o projeto Carnaval e Cidadania já formou 250 pessoasem suas 13 oficinas, que funcionam durante todo o ano na capacitação para omercado empreendedor gerado pelo carnaval. Desenvolvido há quatro anospelo Centro de Produção da Associação das Mulheres Empresárias do Brasil(Amebras), em parceria com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas(Sebrae) do estado, o Carnaval e Cidadania tem como objetivo capacitar milalunos por ano. “A mão-de-obra formada noprojeto é direcionada ao carnaval, mas não é exclusiva desses festejos. Elestêm outros campos de trabalho”, informou a presidente da Amebras, CéliaDomingues, também coordenadora de Projetos Sociais da Liga Independente dasEscolas de Samba (Liesa) do Rio de Janeiro. Na Cidade do Samba, na zonaportuária da cidade, os chamados “barracões” das escolas de samba estãoconcentrados no conjunto de antigos armazéns onde agora trabalham osprofissionais e aprendizes que preparam fantasias e carros alegóricos para odesfile. Os capacitados no projetotambém podem trabalhar fora dos “barracões”, como cenógrafos, figurinistas,marceneiros, maqueteiros, aderecistas e exercer outras funções. “Temos certezada necessidade desses profissionais em outros campos de trabalhos fora da épocacarnavalesca”, acrescentou Célia Domingues. Segundo a presidente daAmebras, podem se inscrever nas oficinas pessoas interessadas de qualqueridade, a partir de 16 anos. “Chapelaria e Adereços é o curso mais procuradopelos ‘jovens’ de 80 anos”, disse. Aos 79 anos, Natalina daCunha Ferreira é uma das formandas. Ela aprendeu a fazer máscaras e bichos deespuma. E pretende desfilar em quatro escolas de samba neste ano. “O que eu aprendi, passeipara meus bisnetos que moram na Baixada Fluminense. Eles já estão vendendo asmáscaras, principalmente, e ganhando um bom dinheiro”, contou, entusiasmada como fato de ter-se tornado uma multiplicadora do projeto. “E com os próximoscursos, porque pretendo continuar aprendendo”, acrescentou.O gerente da área deEstratégias e Diretrizes do Sebrae-RJ, Cezar Kirszemblatt, destacou que aparceria com a Amebras foi “a porta de entrada no mundo do carnaval”.Eletricistas, fabricantes de alegorias e adereços, disse, “são profissionaisautônomos que prestam serviços para escolas de samba inclusive em outrosestados”. Números preliminares apontamque somente no Rio de Janeiro o carnaval é responsável por cerca de R$ 1,5bilhão em negócios e por mais de 100 mil empregos. “O trabalho desenvolvido coma Liesa e a Amebras é o trabalho de diversos artesãos de várias comunidadescarentes para formar profissionais empreendedores”, acrescentou o gerente doSebrae-RJ.Essachamada economia do carnaval será foco de pesquisa a ser divulgada em março, desenvolvidaem conjunto pelo Sebrae e pela Associação Comercial do Rio de Janeiro. Aexpectativa, segundo Kirszemblatt, é que a entrada em vigor da Lei Geral daMicro e Pequena Empresa, em julho, facilite a oficialização dos pequenosempreendimentos.