ONGs de direitos humanos criticam ação policial no Rio

16/02/2007 - 16h06

Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Organizações não governamentais de defesa dos direitos humanos tentarão uma audiência com o secretário de Segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, e com o comandante-geral da Polícia Militar do estado, coronel Ubiratan Ângelo, para denunciar a violência policial durante ocupação do Complexo do Alemão, na zona norte, esta semana. A ação das polícias Militar e Civil contou com a participação de soldados da Força Nacional de Segurança e deixou seis mortos. As ONGs divulgaram ontem (15) um documento, assinado por oito entidades e pelo deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), que integra a Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), sobre o  abuso policial.Segundo a diretora-executiva da ONG Justiça Global, Sandra Carvalho, a polícia precisa evitar confrontos em favelas e trabalhar com mais “inteligência” (investigação) para desarticular o tráfico de drogas.“Temos relatos de moradores e comerciantes que tiveram suas casas ecomércios perfurados por balas, de moradores que foram atingidos porarmas de fogo, de crianças que ficaram sem ir à escola e do posto desaúde que ficou fechado. Só porque aconteceu numa comunidade pobre éque se tolera, porque uma ação como essa não aconteceria em um bairroda zona sul (área nobre da cidade)”, reclamou Sandra. A ocupação do complexo durou cerca de 48 horas, e pelo menos um morador sem envolvimento com o tráfico foi morto. Os outros cinco mortos, segundo a Secretaria de Segurança, são suspeitos de integrar a quadrilha que domina o tráfico de drogas no morro. A Secretaria de Segurança do Estado informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que ainda não recebeu o documento das ONGs e, portanto, por enquanto, não se pronunciará sobre o assunto.