Diretora da OIT diz que Brasil ainda tem trabalho infantil de difícil eliminação

16/02/2007 - 12h12

Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Brasil precisa de um esforço concentrado para eliminar os trabalhoinfantil, segundo avaliou hoje (16) a diretora da Organização Internacional doTrabalho (OIT), Laís Abramo, ao lançar o livreto de bolso - “As piores formasde trabalho infantil - um guia para jornalistas”.Ela lembrou que o Brasil reduziu de mais de 5 milhões de crianças eadolescentes trabalhando em 1992 para cerca de 2,4 milhões em 2004, mas para adiretora da OIT ainda existem atividades de trabalho infantil de difícileliminação, como exploração sexual, trabalho doméstico, na agricultura e nonarcotráfico.“Quanto mais a gente avança, mais ficam os núcleos duros do problema. Issosignifica que há necessidade de se fazer um esforço concentrado, de aprimoraras políticas, a consciência da sociedade em relação a eliminar de maneiradefinitivamente esse problema e tratar com mais precisão esses chamados núcleosduros”, afirmou.Laís Abramo enfatizou que uma das piores formas de trabalho infantil é aexploração sexual, já que agride a integridade física, mental e emocional dacriança e adolescente. “Mas para a OIT qualquer forma de trabalho infantil éconsiderada um atentado aos direitos e princípios fundamentais do trabalho.Compromete o desenvolvimento da criança e do adolescente e é uma negação do quechamamos de trabalho descente”, acrescentou. A OIT tem uma lista de 82 piores formas de trabalho infantil, mas cada paíspode fazer uma lista específica. Na lista do Brasil, estão incluídas atividadesespecíficas, como mineração, por exemplo. No Brasil, o trabalho só é permitido a partir dos 16anos de idade. A exceção é para adolescentes que trabalham como aprendiz, comcarteira assinada e a partir de 14 anos. Nesse caso, o adolescente tem queestar matriculado em uma escola ou inscrito em programa de formação técnica.