Daniel Merli
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Ministério do Desenvolvimento Agrário vai ter quase 20% a menos de orçamento para este ano. O bloqueio de recursos, anunciado hoje (15) pelo Ministério do Planejamento, deixa o ministério responsável pela reforma agrária com R$ 478 milhões a menos que em 2006.“Isso apenas deixa explícita a falta de prioridade que a reforma agrária e a agricultura familiar têm no governo federal”, critica Marina dos Santos, da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores. Marina dos Santos. Procurado pela Agência Brasil, o Ministério do Desenvolvimento Agrário informou por assessoria que não iria se pronunciar sobre o bloqueio de recursos.A coordenadora do MST atribuiu os cortes ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Infra-estrutura foi a única área do governo federal que teve aumento de gastos autorizados, em comparação com o ano passado.“O PAC aposta todas as fichas em projetos de interesse do agronegócio”, afirma Marina dos Santos. Ela cita obras como a BR-163 que, segundo ela, vão beneficiar a produção de soja no sul do Pará.“Falta no PAC os grandes investimentos que precisamos na área de saúde, de reforma agrária e distribuição de renda”, reivindica. “As políticas sociais vão continuar sendo compensatórias, apenas para passar a mão na cabeça dos pobres e mantê-los calmos”.