Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A Petrobras divulgou nota hoje (15) informando que "não haverá alteração devolumes ou na fórmula do preço do gás natural comprado da Bolívia” e que jáestão previstos no atual contrato de compra e venda com a Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB, a estatalboliviana do petróleo) e que tem prazo de validade até 2019.A estatal brasileira do petróleo esclarece, na nota, ter aceitado pagar à YPFB, a preçosvigentes no mercado internacional, apenas pelas frações de hidrocarbonetoslíquidos presentes no gás natural efetivamente entregue que elevam seu podercalorífico para valores acima de 8.900 quilocalorias (medida do teor energético do produto) por metro cúbico.Atualmente, pelos termos do contrato de compra e venda, o gás natural entregue pela YPFB à Petrobras tem poder calorífico deno mínimo 9.200 quilocalorias por metro cúbico, o que reflete a presença de líquidos de gás natural (etano, butano, propanoe gasolina natural), de maior valor no mercado internacional do que o metano,componente básico do gás natural para uso térmico. A Petrobras esclarece ainda que, em reconhecimento a esse benefício dequalidade, aceitou remunerar a YPFB pelo valor calorífico que exceder8.900quilocalorias por metro cúbico. E que o pagamento se dará de acordo comfórmula a ser negociada com baseem cotações internacionais, dentro de um aditivo ao contrato de comprae venda. A estatal boliviana, acrescenta a nota, assegurará a manutenção do poder calorífico mínimo de9.200 quilocalorias por metro cúbico e a Petrobras estudará a melhor forma de aproveitarno futuro esses componentes mais nobres do gás – atualmente eles não têm utilidade para a empresa.Nanota, ainda, a Petrobras informa que os contratos de venda de gás jáfirmados com distribuidoras brasileiras não sofrerão alterações, masque os novos contratos já refletirão a nova realidade de preço. Oaditivo ao contrato já existente de compra e venda foi acertado emreunião ontem (14), em Brasília, com a participação do ministro deHidrocarbonetos da Bolívia, Carlos Villegas; do ministro brasileiro deMinas e Energia,Silas Rondeau; e dos presidentes da YPFB, Manuel Morales Olivera, e daPetrobras, José Sergio Gabrielli.Pela manhã, em entrevista em Brasília, Gabrielli havia afirmado que a separação dos componentes do gás comprado da Bolívia "envolve investimentos de produção, a situação internacional de preços, a infra-estrutura de gasodutos". Segundo o presidente da Petrobras, o aditivo ao contrato é um "aditivo de qualidade do produto que está sendo pago".