Planos preventivos como os do Brasil podem impedir aquecimento global, avalia MCT

07/02/2007 - 16h41

Bárbara Lobato
Da Agência Brasil
Brasília - Se depender dos esforços brasileiros, o cenáriotraçado pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, eminglês) para as mudanças climáticas no planeta até o fim do século nãose concretizará, na avaliação do coordenador geral de Mudanças Globaisdo Clima do Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT), José DomingosMiguez.  

"O Brasil é limpo, e a política é que (se)mantenha limpo", diz Miguez, que também fez parte do grupo depesquisadores do IPCC que divulgou na semana passada o relatório. Odocumento prevê o aquecimento climático da Terra em até 4 graus Celsiusaté o fim deste século. "O Brasil tem um perfil muito limpo no setorenergético. A idéia é que aumente ainda mais com biodiesel, com carvãovegetal."

De acordo com Miguez, as previsõesde aquecimento global do IPCC se baseiam na premissa de que os paísesnão implementem nenhuma ação para combater o problema. “Eles [IPCC]não supõem que os países tenham planos preventivos. É um cenáriofuturo, caso nada seja feito”. O coordenador ressaltou ainda que sãoperspectivas distantes, já que a previsão deste cenário é para o ano de2100.  

O Brasil é um dospaíses que faz parte do Protocolo de Quioto (acordo internacional parareduzir a emissão de gases que provocam o efeito estufa). Miguez lembraque vai praticamente quintuplicar o número de projetos brasileirosparticipantes do chamado Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL),estabelecido pelo acordo de Quioto.

Pormeio do MDL, as empresas dos países que têm metas de redução dasemissões de carbono podem financiar projetos ambientalmentesustentáveis em países em desenvolvimento, de tal forma que esseinvestimento gera créditos que substituem o que deveria ser feito emseus próprios territórios. Hoje, segundo Miguez, 206 projetosbrasileiros participam do MDL. Esse total deve chegar a mais de 1.000em 2012.“O Brasil precisa reduzir a emissão desses gasescombatendo os desmatamentos e queimadas. Nós somos diferentes dospaíses energéticos, que têm como maior vilão a poluição com combustívelfóssil, por exemplo”, disse, em referência à queima de derivados depetróleo e gás natural.

Hoje (7) aComissão Interministerial sobre Mudança Climática, dirigida por Miguez,reuniu-se no MCT para discutir propostas do MDL para 2007.