Parentes das vítimas do acidente da Gol pedem audiência com Lula

02/02/2007 - 21h53

Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Quatro meses após o acidente com oBoeing da Gol que deixou 154 pessoas mortas, a Associação de Familiarese Amigos das Vítimas do Vôo 1907 aguarda resposta ao pedido, feito naquarta-feira (31) à assessoria da Presidência da República, paraagendar um encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“Oobjetivo dessa audiência é nos aproximarmos e entendermos como está oandamento das investigações, obter informações”, disse o presidente daAssociação, Jorge André Cavalcante.

Asfamílias das vítimas, informou, estão em contato permanente e osentimento de abandono é comum a todas elas. “Inicialmente, asinstituições envolvidas nos deram apoio e nos informavam sobre asmedidas e ações que estavam sendo tomadas. De repente, elas deixaram deoferecer informações sobre os trabalhos que, claro, continuamdesenvolvendo”, acrescentou.

Cavalcantelembrou que nos primeiros dias após o acidente, o Comando daAeronáutica destacou uma pessoa para fornecer, duas vezes por dia,informações atualizadas às famílias. “Quando todo mundo voltou paracasa, isso acabou. As famílias é que têm de correr atrás para saber oque está acontecendo. Sabemos que a Aeronáutica está investigando, masexiste o compromisso de que ela iria nos procurar para passar asinformações sobre o andamento do processo. Queremos saber o que estásendo feito”, reiterou

AAssociação, segundo o presidente, exige agilidade, transparência emaior rigor nas medidas a serem tomadas daqui para a frente. “Tínhamosum acordo de que qualquer notícia que fosse divulgada à imprensa pelosórgãos envolvidos nas investigações, seria antes informada àsfamílias”, contou. E explicou que com isso os parentes ficavamprevenidos contra notícias veiculadas erroneamente.

Aindade acordo com Cavalcante, as famílias se sentiram atingidas peladecisão de liberar os pilotos do jato executivo que se chocou contra oBoeing, os norte-americanos Jan Paladino e Joseph Lepore: “Comoliberaram um assassino que voltou ao país de origem dele e foi recebidocom tapete vermelho? Isso foi uma ofensa para todos nós. Como pode umapessoa que mata no Brasil ser liberada para ser tratada como herói emqualquer outro lugar?”.

Aassessoria da Presidência não confirmou o recebimento do pedido, mas aAssociação garante que o documento foi enviado por fax e que possui aconfirmação de que ele foi recebido.