Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Durante a apresentação de um estudo em que mostra a tendência de aumento do consumo de energia primária no Brasil, a ONG Greenpeace sugeriu uma alternativa para mudar o perfil energético do país. A proposta de uma "revolução energética" prevê o uso de energia limpa, em que o cenário seria dividido em 38% de energia hidrelétrica, 26% de biomassa (rejeitos agrícolas e de madeira, cana-de-açúcar, lixo), 20% eólica, 12% gás natural e 4% fotovoltaica. O diretor de campanhas do Greenpeace, Marcelo Furtado, garantiu que o Brasil tem todas as condições para empregar esse modelo energético, mas faltam três elementos para colocar o plano em prática. “Nós precisamos de vontade política, portanto políticas públicas que estimulem o país a caminhar na trilha de limpar sua matriz, interesse do setor privado, que vai querer condições de investimento e a participação do público em geral”. Para chegar à matriz energética proposta, o Greenpeace destaca a eliminação completa da energia nuclear, da energia a base de carvão e a redução gradual dos combustíveis fósseis, como diesel e óleo e uma pequena parcela de gás. Entretanto, Furtado ressaltou que atualmente a matriz de 2.050 não seria viável economicamente. “Por isso é que testamos um modelo, onde colocamos formas de como introduzir essas energias limpas para que possamos e tornar economicamente viáveis no futuro”. Para isso, Furtado explicou que seria necessária uma compensação econômica para essas energias que viriam de duas ações. A primeira seria a retirada de subsídios das “energias sujas” que seriam transferidos para as “energias limpas”. A segunda seria a penalização para as “energias sujas” por conta se sua emissão de gases que provocam o efeito estufa.“Então se você opta por uma energia limpa você deixa de gastar. A combinação de um subsídio que ora vai para o lugar errado e agora vem para o lugar certo com uma economia que foi feita porque se deixou de pagar um custo adicional por poluir pode viabilizar essa produção”, afirmou Furtado.