Amorim se diz otimista com retomada das negociações da OMC

01/02/2007 - 21h06

Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, está otimista com relação à retomada das negociações na Organização Mundial do Comércio (OMC). Segundo ele, os contatos entre os países membros devem se intensificar muito nos próximos dois meses. “Cada um vai ter que fazer o seu dever de casa”, destacou o chanceler.Parada desde julho de 2006, a Rodada Doha ganhou impulso político a partir de reunião de líderes no Fórum Econômico Mundial, realizado em Davos, na Suíça, de 24 a 28 deste mês. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou do encontro, no dia 26. No dia seguinte, a cidade suíça sediou reunião miniministerial da OMC e diversos encontros bilaterais entre negociadores.“Eu sou otimista. Evidentemente há muito o que fazer, teremos dificuldades, mas penso que o clima entre julho e agora mudou muito. Há um esforço de todos para que se chegue a um acordo e trabalhamos com grande determinação para isso”, afirmou, ao fazer uma avaliação sobre a presença brasileira em Davos. A disposição para a retomada da rodada, segundo Amorim, pôde ser comprovada nos encontros entre negociadores. “Senti, efetivamente, indícios reais, palpáveis, de desejo de avançar. Ninguém está querendo desculpa para dizer que fracassou por causa de A ou por causa de B. No momento, o que há é um desejo de avançar”, destacou.O chanceler também considerou foi “muito boa, e muito produtiva” a reunião que teve no começo da semana, em genebra, com a representante de Comércio dos Estados Unidos, Susan Schwab, e o Comissário europeu de Comércio, Peter Mandelson. Brasil, Índia (líderes do G20),União Européia e Estados Unidos comandam a retomada das negociações.No momento, Estados Unidos e União Européia fazem queda de braço, jogando no colo, um do outro, a responsabilidade por maiores concessões na área agrícola – exigência dos países em desenvolvimento agrupados no G20.“Acho que os dois estão se entendendo mas acho, sinceramente, que eles precisam do G20 para se entender completamente”, avaliou Amorim. Essa é a diferença que existe deste processo negociador com processos anteriores. Isso, para nós, é muito bom, porque nos fortalece. Claro que também nos dá muita responsabilidade”, afirmou. Nesse sentido, o Brasil, segundo Amorim, tem papel central no processo negociador. “A nossa palavra é muito ouvida e até, às vezes, útil para outras posições. Vimos, por exemplo, o Peter Mandelson dizer que a posição do G20 é a zona de aterrisagem da rodada”.