Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A possibilidade de perder espaços, tanto nos cargos da Mesa Diretora do Senado quanto nas presidências das comissões permanentes, está "tensionando" as negociações conduzidas pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), com os líderes da base do governo e da oposição. A afirmação é do senador Renato Casagrande (PSB-ES) que deixou há pouco o gabinete da liderança do PSDB onde Calheiros está reunido com os líderes.Segundo ele, o PSDB e o PFL não aceitam que o bloco partidário PT-PR-PSB-PCdoB-PRB-PP-PTB, com 25 senadores e formado na manhã de hoje (1º), seja considerado no critério da proporcionalidade partidária, que define as prioridades na escolha dos cargos. Junto com o PMDB, que tem 20 senadores, os governistas teriam o controle de postos-chave no Senado. Pela manhã, já havia a indicação de que o bloco poderia influenciar o debate da divisão dos cargos.Um destes cargos é a presidência da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). É nesta comissão que passam propostas como, por exemplo, autorizações de contratação de empréstimos junto a instituições no exterior por parte de estados e municípios. "A CAE é reivindicada pelo PMDB e pelo PT, isso ainda depende de negociação. Mas, com certeza, a comissão ficará com um desses dois partidos", afirmou Casagrande. Ele acrescentou que "a posição de maioria do bloco e do PMDB não pode ser inferior ao número de cargos na Mesa Diretora e na presidências das comissões".