Estrangeiros são alvos para assassinos ou seqüestradores em Bagdá

27/01/2007 - 16h05

Álvaro Bufarah
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Estrangeiros praticamente não são vistos na capital do Iraque, explica o brasileiro Awni Al Deiry, único funcionário da embaixada do Brasil no país. Ele diz que, qualquer pessoa que seja reconhecida como visitante é alvo de assassinos ou seqüestradores. "Um estrangeiro que sobrevive em Bagdá só pode sair em um carro blindado, com mais dois ou três carros de seguranças armados”.Al Deiry conta que um dos métodos adotados pelos motoristas destes veículos para garantir a segurança dos passageiros é trafegar na contra-mão das ruas, dando tiros para o alto. “Isto acontece a cada momento em Bagdá, mas ninguém sabe quem esta dentro destes carros, pois os vidros são cobertos por uma película escura". Após a invasão norte-americana, não há um semáforo que funcione em Bagdá.A situação aqueceu o mercado de segurança particular no Iraque. Segundo Al Deiry, ex-oficiais de Saddam Hussein perderam seus empregos e o que lhes restou foram empregos como seguranças. Essas empresas organizaram pequenos exércitos e prestam serviços a instituições e pessoas que possam pagar altas somas.O brasileiro conta que, em função disso, as missões diplomáticas tornaram-se pequenos comboios armados.A bandeira brasileira, entretanto, é um símbolo que não é um dos alvos em potencial, diz o funcionário da embaixada. O país, explica, não representa hostilidade a qualquer parte do conflito.