Para economista, PAC põe estabilidade econômica a serviço do desenvolvimento

22/01/2007 - 17h11

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Para o economista José CésarCastanhar, da Fundação Getúlio Vargas, o Programa de Aceleração doCrescimento (PAC) representa uma viradana política econômica do país. Isso porque o programa coloca osinstrumentos queconstruíram o equilíbro e a estabilidade da economia nos últimos anosem seu lugar correto: não como fim em si mesmos, mas a serviço dodesenvolvimento. “É  importante resgatar a noção deque  esses são meios para  você assegurar  o crescimentoeconômico e o desenvolvimento no país”, diz ele. Outro avanço importante do PAC, segundo Castanhar, é “resgatar no Brasil a noção de que a sinalização do rumo do país é umatarefa importante e estratégica, principalmente a noção de que essasinalização  tem de ser dada pelo governo”.Oeconomista recorda que, até então, o queprevalecia era a noção de que cabia ao governo apenasfazer o equilíbrio fiscal, estabilizar a economia, manter uma economiaaberta em termos de comércio internacional, como se não fosse imporanteo planejamento, e o crescimento se desse de forma espontânea. "E o queseobservou é que isso não acontece. Então, essa medida  tem esseefeito importante de resgatar a noção de que, para o crescimentoeconômico, é importante uma sinalização estratégica, de longo prazo, eque essa sinalização tem que ser dada, obrigatoriamente, pelo governo”,disse ele.Para Castanhar, as medidas do PAC não irão,“necessariamente”,  desequilibrar as contas públicas. Nessesentido, ele lembra que o pacote também possibilita a discussão sobre a possibilidade de que o equilíbrio econômico permaneça mesmo num patamar superior de crescimento. O economista entende que o objetivo do governo com o pacote é criar um círculo virtuoso. “O Produto Interno Bruto (PIB) sobe, e as condições  fiscais permanecem estáveis ou atémelhoram. Então, ao invés de você manter uma situação em que oequilíbrio fiscal, o superávit primário elevado, é um fim em simesmo, não pode ser discutido e, de certa forma, sufoca aeconomia, você discute esse aspecto e utiliza parte desse esforçofiscal para investimento, que pode manter ou melhorar  esseequilíbrio fiscal, só  que trazendo como efeito paralelo ocrescimento econômico que, no fundo, deve ser o objetivo da políticaeconômica.”