Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A destinação de R$ 5 bilhões do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para a criação do Fundo de Investimento em infra-estrutura não vai pôr em risco o dinheiro do trabalhador. A garantia foi dada hoje (22) pelo ministro das Cidades, Márcio Fortes, ao apresentar os pontos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para as áreas de habitação e saneamento.Com o novo fundo, o governo pretende financiar investimentos em saneamento, aeroportos, energia, ferrovias, rodovias e portos. Inicialmente, estão previstos R$ 5 bilhões do patrimônio líquido do FGTS, atualmente em torno de R$ 21 bilhões. No futuro, porém, os recursos para o fundo de infra-estrutura poderão chegar a 80% do patrimônio líquido, o que equivale a R$ 17 bilhões.O governo pretende ampliar os recursos para o novo fundo por meio da participação dos trabalhadores, que poderão aplicar até 10% do saldo do FGTS (com isenção do Imposto de Renda) para comprar cotas e se beneficiar do lucro obtido por essas obras. Márcio Fortes, no entanto, assegurou que os recursos investidos pelo trabalhador serão bem gerenciados e que o investimento não é de risco. “O trabalhador só aplicará se quiser – como ele aplicou, por exemplo, na Vale do Rio Doce e na Petrobras”, explicou.Apesar de o investimento em obras dar retorno a médio e longo prazo, o ministro afirmou que o risco, para esse tipo de aplicação, é zero. “Nesse setor do saneamento, a inadimplência é zero”, ressaltou. E salientou que as aplicações serão acompanhadas pelo Conselho Gestor do FGTS e pela Caixa Econômica Federal.A presidente da Caixa, Maria Fernanda Ramos Coelho, disse que o Fundo de Investimento em Infra-Estrutura não representará, de forma alguma, ameaça para as contas do FGTS. “Todos esses recursos sairão do patrimônio líquido, ou seja, do que sobraria se o FGTS pagasse, de uma vez, tudo o que deve aos trabalhadores”, disse. E acrescentou: "Isso é resultado da boa gestão do Fundo de Garantia nos últimos anos".