Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O governo federal conta com investimentos da iniciativaprivada para tirar do papel os R$ 274,8 bilhões previstos para o Programa deAceleração do Crescimento (PAC) do setor energético. Na área de petróleo, gásnatural e combustíveis renováveis, espera-se aplicação de R$ 24,5 bilhões dosetor privado. Outros R$ 23 bilhões ficarão a cargo da Petrobras e parceiros(privados ou não). A estatal, sozinha, entrará com R$ 148,7 bilhões. Também é esperada a aplicação de recursos privados nageração e transmissão de energia elétrica - operações oferecidas em leilão eque têm previsão de R$ 78,8 bilhões até 2010. Segundo estimativas do Ministério de Minas e Energia, apartir da média dos últimos leilões, a iniciativa privada ficará com uma fatiade 51% do total oferecido. A Eletrobrás deverá arrematar o restante - cerca deR$ 12 bilhões devem sair do orçamento da empresa - e o restante será financiadopelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).Esses montantes consideram apenas investimentos até 2010,mas segundo o ministro Silas Rondeau, a maior parte das obras previstas deveser concluída até 2013. No caso da Petrobrás, o prazo trabalhado é 2015. Nototal, segundo estimativa do governo federal, serão necessários outros R$ 189,2bilhões, após 2010, para conclusão das obras, que incluem novas usinas e linhasde transmissão de energia elétrica e incentivo à produção de biodiesel eetanol. Também estão previstas a antecipação de produção de gásnatural para reduzir a dependência de gás importado (da Bolívia,principalmente); a implantação de estações de regaseificação de gás natural e aadaptação do parque de refino para que o Brasil produza derivados de petróleode melhor qualidade e reduza as emissões de poluentes.“O PAC é um conjunto de obras que íamos fazer, mas que foramaceleradas para sustentar o crescimento na velocidade que o país merece”,resumiu Silas Rondeau. Ele descartou, no entanto, que os pesados investimentos eminfra-estrutura energética tenham por objetivo evitar um possível apagãoresultante da aceleração do crescimento da economia. “A medida não foi parasocorrer qualquer risco de apagão. Foi para garantir um crescimento aceleradoque foi definido pelo presidente no seu segundo governo”, afirmou. O ministro não soube estimar qual seria o volume deinvestimentos sem o PAC, mas admitiu: “o valor dos investimentos e o impactofísico seriam menores”.