Governadores criam fórum para discutir com presidente medidas do PAC

22/01/2007 - 18h47

Ivan Richard
Da Agência Brasil
Brasília - Governadores de 18 estados decidiram hoje (22) criar umfórum, formado por representantes das regiões, para sugerir ao presidente LuizInácio Lula da Silva a inclusão de outras medidas no Programa de Aceleração doCrescimento (PAC). A decisão foi tomada na residência oficial do governador doDistrito Federal, José Roberto Arruda (PFL), onde se reuniram para debater asmedidas anunciadas. O governador da Paraíba, Cássia Cunha Lima (PSDB),classificou o PAC como importante, mas criticou o fato de o governo federal nãoter dialogado com os governadores. “Não participamos do banquete e somosconvidados para pagar a conta. No momento em que o governo não mexe nascontribuições, mas ao contrário, promove isenções no imposto de renda e no IPI (ImpostoSobre Produção Industrial), isso diminui de forma direta as receitas doNordeste e do Norte, que dependem do Fundo de Participação (dos Estados)”, reclamou. O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), tambémcriticou a falta de diálogo, e afirmou que era preciso um maiorcompartilhamento dos investimentos. “Deveria haver uma discussão maisaprofundada com os estados para que as prioridades fossem acopladas. O que faltano Brasil são orçamentos estaduais que tenham sintonia com o federal”,argumentou.Apesar das críticas por não terem sido consultados naelaboração do PAC, os governadores afirmaram que o espírito, agora, é decolaboração. “O que pretendemos é que os governadores de oposição e situaçãotenham uma agenda comum que não priorize as questões específicas de cadaestado, mas que nos permita também uma condição melhor de participação doprocesso de investimentos. Os investimentos devem ser compartilhados entreestados e municípios para que sejam mais efetivos e tenham melhores e maisrápidos resultados”, ressaltou Aécio. O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), não fez críticasà “falta de diálogo” reclamada pelos demais governadores. Para ele, todos osprogramas incluídos no PAC já são prioridades para os estados. Segundo Campos, os governadores discutiram hoje anecessidade da construção de uma pauta comum dos estados com a do presidentepara que não haja pedidos individuais, o que, na sua avaliação, beneficiaria osgovernadores aliados.“Não há solução para os governos estaduais sem crescimento.Nessa hora temos que ser parceiros do presidente Lula. Ele fez o dever de casado governo federal, temos que fazer o nosso, levar pleitos justos para somaresforços em vez de estar desperdiçando energia nas disputas que não nosconduzem absolutamente nada”, declarou. Com relação à perda de receita por parte dos estados, devidoa redução de alguns impostos, Campo afirmou que não há outra solução para osestados que não seja a do crescimento econômico. “É claro que algumas dessasmedidas afetam o FPE (Fundo de Participaçãodo Estados). Vamos ser claros e honestos na nossa fala. Estamosfazendo isso para a economia crescer, e na hora que a economia cresce, cresce aarrecadação. Se não houver o crescimento não haverá esse aumento daarrecadação. Somos sócios do presidente Lula na idéia de fazer o crescer oBrasil”.Os governadores marcaram uma nova reunião para semana quevem, provavelmente na segunda-feira (29), também em Brasília. Dessa vezparticiparão apenas os governadores escolhidos para representar cada uma dascinco regiões do país. A idéia é ajustar as propostas de todos os estados queserão levadas ao presidente Lula na reunião marcada para o próximo dia 6 de março,em Brasília.