CUT elogia programa de crescimento, mas teme como será a contrapartida empresarial

22/01/2007 - 19h17

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT),Quintino Severo, disse hoje (22) que pela primeira vez, nos últimos anos, aentidade não precisou sair em público, imediatamente após a sua divulgação,para “desqualificar” uma proposta de governo. Ele justificou que nas gestõesanteriores à do presidente Lula, iniciativas do gênero “sempre apareciampara retirar direitos dos trabalhadores”. Mas no caso do Programa de Aceleraçãodo Crescimento (PAC), justificou, “vimos que há uma série de iniciativasimportantes que nos deu a expectativa de que o país possa conquistar ocrescimento sustentado”.A principal preocupação levantada entre os dirigentes daCUT, segundo Quintino, é com relação à contrapartida das empresas a serembeneficiadas com recursos públicos e incentivos fiscais. Na avaliação dosindicalista, faltou ainda “explicitar como será a geração de empregos”. Questionado se não via como um resultado automático de maiscriação de postos de trabalho o fato de as medidas anunciadas estarem estimulando,por exemplo, setores de infra-estrutura, afirmou que o temor é de que “osinvestimentos possam ficar restritos às obras com tecnologia de altacomplexidade e alta qualificação, sem gerar o número de empregos necessários”.Quintino, no entanto, observou que essa foi a reação tidapela entidade numa análise ainda superficial das medidas anunciadas. No finalda tarde de amanhã (23), os membros da executiva nacional da CUT deverão sereunir para discutir o PAC, informou.