CNI aposta em promoção comercial para aumentar intercâmbio com Paraguai e Uruguai

17/01/2007 - 22h38

Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Missões empresariais e encontros de negócios e promoção podem resolver as assimetrias comerciais no Mercosul em relação ao Paraguai e ao Uruguai, de acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Para a analista de comércio internacional da CNI, Lucia Maduro, essas atividades contribuiriam para recuperar a corrente de comércio entre os três países.  “Para que o comércio se desenvolva é preciso que haja interesse econômico concreto por parte dos empresários. Esse interesse concreto precisa ter um sistema de promoção comercial que possa identificar oportunidades de negócios”, disse. Em dezembro, durante a reunião do Conselho do Mercado Comum, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, havia afirmado que o Brasil está disposto a flexibilizar regras e impostos de importação, para impulsionar as economias dos chamados parceiros menores do bloco, o Uruguai e o Paraguai.  A analista disse que não há falta de interesse dos empresários brasileiros em relação a esses países, mas as crises econômicas ocorridas na região nos últimos anos afetaram o comércio. “Primeiramente tivemos a crise econômica brasileira em 1999, com a desvalorização da moeda. Também tivemos a grande crise argentina e, certamente, o Uruguai e o Paraguai sofreram com a crise dos sócios maiores”, explicou. Sobre a flexibilização das Regras de Origem do Mercosul para Paraguai e Uruguai, proposta pelo Brasil para fomentar as exportações desses dois países dentro do bloco, Lucia Maduro afirmou que poderá abrir um "perigoso precedente". Pela regra vigente, para ser considerado nacional, um produto deve ter 60% de componentes fabricados no país. A proposta brasileira prevê redução desse percentual para 25%, no Paraguai, e para 30%, no Uruguai. A analista citou um exemplo: "Se vamos ter a importação de um produto com índice de nacionalização de 25% para o Paraguai, isso é quase que importar um produto da China sem cobrança de direitos aduaneiros, porque trata-se fundamentalmente de um produto chinês, por deter os 75% restantes. Temos que procurar melhorar a União Aduaneira".A flexibilização das regras está entre os temas a serem discutidos na Reunião do Conselho do Mercado Comum e na reunião de Cúpula de Chefes de Estado do bloco, a partir de amanhã (18), no Rio de Janeiro.