Gasto do governo no setor rural tende a cair com abertura do mercado de resseguro, diz secretário

17/01/2007 - 12h17

José Calos Mattedi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Com a abertura do mercado de resseguros (o segurofeito pelas empresas seguradoras, que dividem os riscos com gruposfinanceiramente mais fortes), a partir da sanção da lei complementar que quebrao monopólio do Instituto de Resseguros do Brasil (IRB) na última segunda-feira(15), o governo tende a ter menos gastos com os efeitos climáticos sobre aagricultura.

A opinião é do secretário de Política Agrícola doMinistério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Edilson Guimarães. Segundoele, com o fim do monopólio do IRB, a tendência é que o mercado de seguro ruralcresça, traduzindo-se em novos produtos e em apólices mais acessíveis aoprodutor. Ou seja, mais empresas vão entrar no segmento, ao se sentiremfortalecidas com a ampliação do setor de resseguros, acredita Guimarães.

“Vamos ter uma diminuição da instabilidade derenda no setor rural, o que é muito bom para o governo”.

Ele explicou que hoje, quando o produtor pegadois anos de seca prolongada, o ministério acaba tendo que renegociar a dívidado crédito agrícola, além de injetar recursos na região atingida. “Quer dizer,se o produtor conseguir ter o seu seguro rural, ele resolve o seu problema coma estiagem, e o governo então tende a gastar menos”.

Guimarães acrescentou que, além disso, o governo federalgasta milhões em subvenção (pagamento de parte do seguro contratado peloprodutor) ao seguro rural, através do Programa de Garantia da AtividadeAgropecuária (Proagro), principalmente entre os pequenos proprietários.

“O governo gasta muito com o Proagro. Na hora emque o seguro rural e o resseguro estiveram massificados, lá na frente, nãohaverá mais necessidade desse programa. O seguro privado vai cumprir essepapel”, ressalta.

Segundo informações do Ministério da agricultura,o Proagro é um instrumento de política agrícola instituído para que o produtorrural tenha garantido um valor complementar para pagamento do seu custeioagrícola, em casos de fenômenos naturais, pragas e doenças que atinjam bens,rebanhos e plantações.Criado em 1973, o programa também garante aindenização de recursos próprios utilizados pelo produtor em custeio rural,quando ocorrem perdas por essas razões.