Daniel Merli e Marcela Rebelo
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - Sindicalistas, associações de usuários de sistemas de saúde,feministas e homossexuais vão realizar, de 21 a 23 de janeiro, o 2ºFórum Social Mundial da Saúde. Dois anos após o primeiro encontro, emPorto Alegre, esta reunião será realizada na África, paralelamenteao 7º Fórum Social Mundial.Nocontinente africano, vive um terço das pessoas portadoras de aids emtodo o mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Também naregião ocorrem 90% das mortes por malária, com 300 milhões de vítimaspor ano, e mais de 6% da população vive com hanseníase, somando 690milhões de pessoas."A África revela a grave situação que vivemos povos pobres do mundo", afirma Valdevir Both, do Centro de Educaçãoe Assessoramento Popular e secretário executivo do fórum.Essasituação fez os organizadores do encontro escolherem o lema África: OEspelho do Mundo. Os participantes querem propor aos organismosinternacionais, como a OMS e o Banco Mundial o apoio a serviçospúblicos, como o Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil.“Nosplanos privados de saúde, quem tem dinheiro, consegue médico. Mas háuma grande parcela das pessoas que fica fora”, afirma Both.“Enfrentamos um conjunto de problemas no Brasil, mas o SUS é um avanço,porque garante o acesso à saúde a todo e qualquer cidadão, contribuindoou não.”Outra alternativa que será defendida pelo Fórum Mundialde Saúde é o fim da cobrança pela patente de medicamentos, em caso deepidemias. Para fabricar medicamentos, uma indústria precisa pagar royalties – direito de uso – para a empresa que registrou a patente.“Opatenteamento faz com que algumas empresas internacionais tenham lucrosexorbitantes na área da saúde. Mas qual o custo disso para ahumanidade? Muitas vezes, as pessoas que não têm dinheiro ficam sem omedicamento”, questionou o secretário.