Entidades ambientalistas querem que conselho se manifeste sobre limites para emissão de poluentes

17/01/2007 - 8h29

Lana Cristina
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Entidades ambientalistas das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste vãoacionar o Conselho Nacional de Saúde para se manifestar sobre aresolução 382, aprovada pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente(Conama), que estabelece limites para emissão de poluentes porequipamentos ou instalações de indústrias, tais como caldeiras,chaminés e fornos.Aliadas à Associação de Combate aos Poluentes(ACPO), as organizações não-governamentais (ONGs) que têm conselheirosno Conama, como Associação de Proteção ao Meio Ambiente de Cianorte(Apromac), Bicuda Ecológica e OCA Brasil, poderão ir à Justiça, comoúltimo recurso, para tentar derrubar os limites estabelecidos pelaresolução, publicada no Diário Oficial da União no último dia 2. Naavaliação das ONGs, os índices são muito altos e não condizem com acondição do Brasil de pioneiro na ratificação de convençõesinternacionais que preconizam metas para alcançar o desenvolvimentosustentável.“Quando aumenta o volume de poluentes na atmosfera,aumenta a incidência de doenças. Ninguém nega que se ficarmos numambiente saturado, haverá mais doenças respiratórias. Além disso, temoscríticas a fazer quanto à aprovação desta resolução do ponto de vistapolítico. Acreditamos que há interesses privados se sobrepondo aosinteresses da saúde e do meio ambiente”, afirmou a presidente daApromac, Zuleica Nycz, que é conselheira do Conama. Zuleicacritica o processo de análise técnica da resolução no grupo de trabalhoque elaborou o texto e também na Câmara Técnica de Controle e QualidadeAmbiental, onde o tratamento das propostas é deliberativo. “Asdiscussões não são equilibradas. Não dá para equiparar as ONG’s com ogoverno e outras entidades como a CNI e a CNA, por exemplo”, afirmou aconselheira, citando a Confederação Nacional da Indústria e aConfederação da Agricultura e Pecuária do Brasil.