Companhia de águas do Rio contesta laudo sobre lama e pedirá indenização a empresa

14/01/2007 - 14h02

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) do Rio de Janeiro entra nestasegunda-feira (15) na Justiça com ação indenizatória de perdas e danoscontra o grupo controlador da Mineradora Rio Pomba Cataguases. Orompimento de uma barreira mantida pelo grupo em Miraí, na última semana, provocou umvazamento de lama com bauxita que afetou municípios de Minas Gerais edo estado do Rio de Janeiro.O presidente da Cedae,Wagner Victer, explicou hoje à Agência Brasil que a ação visa, na verdade, “garantir o direito” de reivindicar indenização pelasperdas  sofridas no Estado do Rio, que continuam sendocontabilizadas. Apesar disso, ele estima que as perdas provocadas peloacidente para os municípios fluminenses são superiores a R$1 milhão.Victer solicitou ao Ministério Público que entre também com ação criminal,responsabilizando os controladores da mineradora pelovazamento. O presidente da Cedae contestou laudo divulgado nasexta-feira (12) pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam),afirmando que não há contaminação das águas pela lama combauxita nos municípios fluminenses afetados. “Claro que estácontaminando! Tanto, que as águas estão paradas em Lajes de Muriaé”,afirma ele.O laudo do Igam teria avaliado que nãoexistiria componente químico tóxico na lama de bauxita que vazou nosrios Fubá e Muriaé na madrugada da quarta-feira(11). Victer confirmouque não se trata de um produto cancerígeno, mas acrescentou que eletorna a água imprópria para o consumo humano e compromete a agriculturae a pesca. “É um acidente de graves proporções”, diz ele.Opresidente da Cedae diz que, por  enquanto, só omunicípio de Lajes de Muriaé foi atingido de forma ampla peloproblema. A Cedae mantém na região 50 carros-pipa e um contingente de150  homens mobilizados. Outro município, Itaperuna, está sendomonitorado a cada 30 minutos pelos técnicos da Cedae. “Mas até omomento o sistema de abastecimento de água de Itaperuna está ligado”, afirma.Wagner Victer revela, ainda, que em outracidade próxima de Itaperuna, São José de Ubá, a Cedae colocou umabomba  captando água de outro manancial, que não o rio Muriaé,para prevenir qualquer problema de atendimento à população.Victer  diz que amanhã (15), “ou a qualquermomento”, dependendo do andamento dos fatos, ele poderá interromper osuprimento de água de Itaperuna.