Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Depois de receber o apoio da bancada do PMDB, o deputadoArlindo Chinaglia (PT-SP), candidato à presidência da Câmara dos Deputados,dará os próximos passos para atrair o PSDB para a sua campanha. "Todos oscontatos que mantive com o PSDB mostram que não é verdade que eles tenhamapoiado qualquer candidatura. A decisão tomada pelo PMDB terá um pesoimportante no PSDB na medida em que várias lideranças do partido têm dito querespeitarão o critério da proporcionalidade partidária (os partidos com maiorbancada fazem as primeiras indicações para a Mesa Diretora da Câmara)". Amanhã, Chinaglia tem uma série de compromissos em PortoAlegre, entre eles um café da manhã com toda a bancada gaúcha representada naCâmara dos Deputados.O candidato petista à presidência da Câmara obteve umimportante reforço à sua campanha nesta terça-feira. Oficialmente, a bancada doPMDB decidiu se engajar à candidatura de Chinaglia num processo de votaçãosecreta onde 59 parlamentares registraram suas preferências, de uma bancada de90 deputados que representará o partido a partir de 1º de fevereiro. Destes, 40declararam preferência pela candidatura de Chinaglia, que obteve ainda seisvotos por procuração, ou seja, de parlamentares que encaminharam à direção dopartido suas preferências, mas não estavam presentes.O presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), candidato àreeleição, obteve 11 votos peemedebistas. Seis não votaram em nenhum dos dois eapenas um entregou a cédula de votação em branco. Antes da votação, o presidente do PMDB, deputado MichelTemer (SP), deliberou com a bancada que qualquer decisão tomada seriaacompanhada pelos perdedores, para garantir "a união do partido". "O PMDB optou por um acordo de natureza política. Nesteprimeiro biênio apoiaremos o PT para a presidência e no segundo biênio(2009-2010) o partido contará com o apoio do PT para sua candidatura àpresidência da Câmara", afirmou Temer após a deliberação da bancada. Após a reunião da bancada, o candidato Arlindo Chinaglia foiagradecer aos peemedebistas a votação recebida. "Seguramente chegamos nofato mais importante desta eleição. Me sinto mais fortalecido pelo pesonumérico e político do apoio recebido", afirmou. Chinaglia disse que, a partir de agora, buscará construir amaioria necessária para garantir sua vitória junto a outros partidos.O candidato à reeleição, Aldo Rebelo, disse que continuaráconversando com peemedebistas apesar da decisão de hoje. Lembrou que em toda asua trajetória política filiou-se apenas a dois partidos: PMDB e PCdoB."Eu não vou comentar a decisão do partido. O que posso afirmar é que tenhoentre os deputados do PMDB um sólido apoio pelos meus laços históricos. Atéhoje só pertenci a dois partidos: ao PCdoB e antes de sua legalização, ao PMDB.Eu fui delegado à Convenção Nacional do PMDB que indicou Tancredo Neves àPresidência da República".Rebelo disse que, provavelmente, o PCdoB tenha votado em boaparte dos atuais integrantes da direção do PMDB. "Daí minha confiança noapoio que sempre recebi dentro da bancada do PMDB". O candidato disse quecontinuará na estratégia de tentar agregar votos para sua campanha, tanto naoposição quanto nos partidos da base do governo. "A minha luta é paratransformar a minha candidatura, numa candidatura da instituição. Acho tãonocivo para a Câmara rejeitar ou isolar partidos que apóiam o governo como,também, é nocivo isolar partidos de oposição". O PT saiu das urnas, nas eleições de 2006, como a segundamaior bancada da Câmara, com 83 deputados federais. A eleição para a presidência da Câmara será realizada no dia 1º de fevereiro,por votação secreta.