Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deve ser o responável pelo financiamento de metade dos R$ 12,5 bilhões que as empresas do setor ferroviário pretendem investir até 2010. O dado consta de estudo preparado pelo banco.As operações de financiamento do BNDES ao setor podem ser diretas, indiretas (através dos agentes financeiros credenciados) e mistas. As condições financeiras incluem Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), praticada pelo Banco em suas operações, hoje da ordem de 6,5% ao ano, mais o spread( taxa básica) do BNDES e, nos casos de operações mistas, mais o spread (taxa)  do agente financeiro.O setor ferroviário também conta, desde março de 2006, com um novo instrumento de apoio do BNDES. Trata-se de uma linha de crédito específica para ajudar as empresas a superar o que a instituição considera os quatro principais entraves ao setor. São eles a melhoria de acesso a portos, construção de linhas que contornem as cidades, as passagens de nível com, vedação de vias em ambientes urbanos e o re-assentamento de famílias residentes ao longo das vias férreas.Como a resolução dos gargalos de infra-estrutura é uma das prioridades das novas políticas operacionais do BNDES, Villar destacou que há redução das taxas de juros em relação aos demais setores atendidos e que o spread do banco é equivalente a zero. “O Banco financia até 90% do investimento, com spread zero”, afirmou. Já o spread de risco varia de 0,8% a 1,8%, dependendo do risco do projeto", afirma analista de projetos da área de Infra-Estrutura do BNDES, Leandro Villar, .Villar revelou que na cidade  do Rio de Janeiro há uma ferrovia  que passa dentro de uma favela. “Isso diminui muito a  produtividade das locomotivas e da companhia como um todo e cria um problema social, inclusive no sentido de acidentes”.Semana passada, o BNDES aprovou financiamento no valor de R$ 1,12 bilhão ao grupo ALL, para a realização de investimentos de R$ 2,87 bilhões até 2009. Segundo informou na ocasião o presidente do Banco, Demian Fiocca, os investimentos irão contribuir para o aumento do volume de carga transportado pelas ferrovias ao longo de 12 mil quilômetros de extensão da malha que cobre os Estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.Do total concedido, R$ 250 milhões  objetivam a resolução de gargalos logísticos. Outra concessionária, a MRS Logística, já  teve aprovado pelo banco  empréstimo no valor de R$ 50 milhões, com a mesma finalidade  de eliminação de entraves. Outros   projetos  estão em análise pelo BNDES. Villa lembrou que os desembolsos dessa nova linha de crédito estão começando agora.