Crescimento do agronegócio no Brasil depende da preservação ambiental, alerta ministério

24/12/2006 - 13h49

Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O agronegócio no Brasil tem potencial para crescer pelos próximosdez anos, desde que a produção se fundamente na preservação dosrecursos hídricos e do solo. A conclusão é do estudo Projeções do Agronegócio: Mundial e Brasil, divulgado na última semana pela Assessoria de Gestão Estratégica do Ministério da Agricultura.Orelatório pretende orientar a política do ministério nos próximos anos.De acordo com o estudo, para que o crescimento ocorra de formaconsistente, é essencial o desenvolvimento de tecnologias para aconservação da água, da floresta e da fertilidade natural das terras.Segundo o documento, a Amazônia terá de ser objeto de uma políticaespecífica que preserve a sustentabilidade da floresta.Conformeo estudo, a oferta de recursos naturais no Brasil será fator decompetitividade no futuro, quando o aumento da população e da rendamundial elevará a demanda por alimentos. “A disponibilidade de recursoshídricos será de fundamental importância para o desenvolvimento doagronegócio e para a segurança alimentar”, afirma o documento.Deacordo com o relatório, o Brasil poderá se beneficiar do crescimento dapopulação mundial, que deve pular dos atuais 6,5 bilhões de habitantespara 8,3 bilhões em 2030. O maior aumento se dará na Ásia, que terámais 1,1 bilhão de pessoas no período. Nesse cenário, segundo o estudo,alguns países superpopulosos, como China e Índia, enfrentarão escassezde áreas cultiváveis e alta demanda por comida.Para o Ministérioda Agricultura, a manipulação genética de plantas não se opõe àpreocupação com o meio ambiente. Na avaliação dos autores do estudo, asmelhorias na produtividade obtidas com os avanços da biotecnologia,farão com que boa parte do crescimento da produção agrícola não se dêsob a expansão da área plantada. “O desafio é incorporar as inovaçõescientíficas e tecnológicas ao agronegócio brasileiro, garantindo a suacompetitividade no médio e longo prazo”, afirma o relatório.Pelasprojeções do ministério, o efeito do ganho da produtividade poderá sersentido principalmente na produção de grãos. O estudo aponta que, daquia dez anos, a área plantada de soja, trigo, arroz, feijão e milhoatingirá 51,43 milhões de hectares, o que representará aumento de15,7%. No mesmo período, no entanto, a colheita será de147,77 milhões de toneladas, volume 26,8% maior que o obtido na últimasafra.Além das próprias projeções do Ministério da Agricultura,o documento baseou-se em informações de órgãos e entidades nacionais,como o Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República(NAE), a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o InstitutoBrasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Confederação Nacionalda Agricultura (CNA) e a Fundação Getúlio Vargas (FGV).Orelatório também leva em conta dados de organismos internacionais, comoa Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação(FAO), o Banco Mundial e a Organização para a Cooperação e oDesenvolvimento Econômico (OCDE). O trabalho dá continuidade arelatório divulgado em 2006.