Para Banco do Brasil, setor agrícola passa por novo ciclo de crescimento

21/12/2006 - 15h48

Ivan Richard
Da Agência Brasil
Brasília - A maioria dos agricultores brasileiros não terádificuldades para pagar suas dívidas em 2007, prevê o vice-presidenteinterino de Agronegócio do Banco do Brasil, Derci Alcântara. Eleapresentou hoje (21), em Brasília, um balanço do setor em 2006."Voltamos a entrar em um ciclo de crescimento", disse o executivo."A previsão que se tem para a safra 2008 é ainda melhor que a de 2007."

Segundo Alcântara, diante do cenário que seprojeta para os preços da safra em 2007, os produtores terão condiçõesde honrar todos os compromissos de custeio, principalmente pela reduçãode custos das lavouras."Em 2007, os produtores terão uma renda positiva, quando o produtorcomeça a pagar o endividamento", disse ele.

Para o diretor, em 2008, a situação será aindamelhor porque o produtor estará novamente capitalizado, e o setorpúblico também deve aumentar os investimentos. "Ou seja, a renda vaiser maior e esperamos quehaja também expansão de lavoura e expansão do crédito", disse. "O BancodoBrasil tem atendido mais a cada ano que passa, tem colocado maisrecursos no setor e a nossa expectativa é fazê-lo novamente."De acordo com Alcântara, boa parte do cenário positivo esperado para opróximo ano pode ser explicado pelo volume de recursos financiados eaplicados pelo Banco Brasil em 2006. Até o final do mês de novembro, acarteira de crédito do agronegócio totalizou R$ 45,9 bilhões. Asaplicações (custeio, comercialização e financiamentos) do banco nasafra 2006/2007 devem alcançar R$ 33 bilhões. São R$ 27 bilhões para aagricultura empresarial e R$ 6 bilhões para a agricultura familiar.

Alcântara afirmou ainda que o Banco do Brasil vai trabalhar paradesburocratizar e agilizar a concessão do crédito para o produtor.“Estamos trabalhando junto com o governo na idealização de um chamadocapital de giro. Ou seja, um crédito mais fácil, considerado creditorural, com juros praticados pelo setor, para pagamento de despesas dodia-a-dia, depositado em uma conta de livre movimentação para o médio egrande produtor”, explicou. “Poderíamos ter uma conta rotativaem que o produtor usaria e pagaria na medida em que tivessedisponibilidade, e essa conta poderia não ser apenas de uma safra, maisde cinco anos, por exemplo”, complementou Alcântara.

A exceção no bom cenário previsto para 2007,segundo Alcântara, deve se dar entre osprodutores de soja e milho do norte do Mato Grosso, porque essesprodutos não terão o rendimento necessário para a quitação doendividamento anterior de safras. Naquela região, devido à distânciados portos, o custo do transporte dos insumos e dos produtos temcausado dificuldades aos produtores.