Mínimo de R$ 380 terá impacto positivo na redução da desigualdade, diz professora

21/12/2006 - 0h03

Gabriel Corrêa
da Agência Brasil
São Paulo - O aumento no valor do salário mínimode R$ 350 para R$ 380 tem um impacto direto e positivo no “índice dedesigualdade na distribuição de renda”, na opinião de Maria Cristina Cacciamali, professora titular de Economia do Trabalhoda Faculdade de Economia e Administração daUniversidade de São Paulo (USP). “O primeiro efeito [do novo aumento] seriasobre o aumento do consumo dos grupos menos favorecidos em termos de renda e o segundo aspecto seria sobre a diminuição do leque salarial nolongo e médio prazo”, disse ela, em entrevista à Agência Brasil.Caso seja aprovado no Congresso, o novo valor do mínimo, fechado estasemana entre o relator da Comissão Mista de Orçamento, senador Valdir Raupp(PMDB-RO), e os ministros da Previdência, Nelson Machado, e do Trabalho, LuizMarinho, deve passar a vigorar a partir de abril de 2007, para que, em maio, otrabalhador receba o novo valor.Segundo a economista, um aumento menor do salário com adata de vigora antecipada para janeiro de 2007 seria economicamente melhor,pois resultaria em um menor impacto na inflação. “Mas, do ponto de vista doplanejamento das contas públicas isso é praticamente impossível, porque osórgãos não estão preparados para começar o pagamento a partir de janeiro”, diz a professora da USP.De acordo com Cacciamali, seria“muito positivo” atrelar os próximos aumentos de valor do salário mínimo àprodutividade média do trabalho no país. “É possível fazer uma associação entreo crescimento do PIB [produto interno bruto] per capita e o aumento do saláriomínimo. Poderia ser um decreto pré-programado em que, cada vez que seconhecesse, ao final de cada ano, o aumento do PIB per capita, esse aumentofosse repassado ao aumento do salário mínimo”, sugere ela.