Antonio Arrais
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados não conseguiu concluir, hoje (20), a votação do parecer pela cassação do mandato do deputado João Correia (PMDB-AC), acusado de ter recebido propina de R$ 12 mil dos donos da Planan, Darci e Luiz Antonio Vedoin, que liderariam o esquema de fraude na compra de ambulâncias com recursos orçamentários.Quando o parecer já estava em discussão, foi iniciada a Ordem do Dia de votações no plenário da Câmara, que tem prioridade sobre todas as comissões – elas são obrigadas a suspender seus trabalhos, sob pena de nulidade de suas decisões.Os quatro primeiros deputados que discutiram o parecer do relator, deputado Anselmo (PT-RO), posicionaram-se contra o pedido de cassação – embora não tenham declarado seus votos –, alegando falta de provas e inversão do ônus da prova, que obrigava ao acusado provar que não estivera com os Vedoin, ao invés de os acusadores (os Vedoin) provarem suas acusações. Contra o parecer ficaram os deputado Edinho (PMDB-SC), Mussa Demes (PFL-PI) e Marcelo Ortiz (PV-SP) e José Carlos Araújo (PL-BA). O presidente do Conselho, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), suspendeu a sessão por volta das 17 horas, interrompendo, inclusive o encaminhamento de votação que era feito pelo deputado José Carlos Araújo, devido ao início da Ordem do Dia.Por volta das 20 horas, Izar informou que não haveria mais condições de votar o processo, porque o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), acabara de anunciar uma série de votações, que se prolongariam pela madrugada. Izar disse que a votação deverá ser retomada às 9 horas de amanhã (21).Serão colocados em votação, depois da decisão sobre o processo de Correia, os processos contra os deputados Laura Carneiro (PFL-RJ), Wellington Roberto (PL-PB) e Wellington Fagundes (PL-MT). Nesses três casos, os pareceres serão pela inépcia das acusações e pela absolvição dos acusados.