Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - As previsões climáticas favoráveis para o próximo semestre e a recuperação do preço de diversos produtos agrícolas deverão fazer com que a próxima safra seja superior à deste ano. A avaliação é do ministro da Agricultura, Luís Carlos Guedes Pinto, que hoje (20) divulgou um balanço das ações em 2006 e apresentou as previsões para o agronegócio brasileiro. Para Guedes Pinto, as perspectivas são favoráveis: “Nós temos uma mudança significativa no cenário que predominou nos últimos dois anos”.A agricultura, segundo o ministro, passa por uma fase de recuperação, depois que alguns setores, como soja e milho foram afetados por secas e cotações baixas nos últimos dois anos. “Não haverá nova valorização do real frente ao dólar e as previsões não apontam seca na safra 2006-2007. Há uma clara recuperação dos preços das commodities no mercado mundial”, explicou.Em relação aos produtos que apresentaram bom desempenho no ano – açúcar, álcool, café e suco de laranja –, ele manteve a previsão de um cenário positivo em 2007. “Como os custos de produção serão um pouco menores e os preços continuarão em níveis altos, a rentabilidade subirá na próxima safra”, afirmou.Segundo a última estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a próxima safra para os 11 principais produtos agrícolas do país deve ser de 603,5 milhões de toneladas. O volume é 2,85% superior aos 586,7 milhões de toneladas produzidos na última safra.No balanço da gestão, Guedes Pinto citou a criação da Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio, que passou a discutir as barreiras comerciais para os produtos brasileiros no exterior, e a formação de 30 câmaras setoriais para articular os vários segmentos da cadeia produtiva e "intensificar nosso diálogo com a sociedade".Ele também destacou a instalação da Assessoria de Gestão Estratégica, responsável por articular as ações da pasta, e a reestruturação de cargos no ministério. Em vigor desde fevereiro de 2005, essa reestruturação, segundo o ministro, ajudou a aumentar a oferta de funcionários para ações como as de defesa sanitária.Nessa área, Guedes Pinto citou também o aumento dos investimentos em laboratórios de controle de doenças, de R$ 15 milhões em 2001 e 2002 para R$ 80 milhões em 2005 e 2006.