Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro -
O presidente da Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação, Software e Internet(Assespro Nacional), Ricardo Kurtz, afirmou hoje que o setor tem reivindicado mais atenção do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) às pequenas e médias empresas do setor.
O BNDES anunciou hoje um financiamento recorde de US$ 100 milhões para a multinacional IBM, no âmbito do Programa para o Desenvolvimento da Indústria Nacional deSoftware e Serviços Correlatos (Prosoft). Foi a maior quantia já liberada em uma única operação do programa, desde sua criação, em 1997.
“O queacontece muitas vezes é que fica complicado para uma empresa de pequenoe médio portes contratar um consultor para fazer todo o estudo parater a possibilidade de emplacar o seu projeto. Não é nada garantido”, disse Kurtz. Oacesso ao crédito do BNDES não é tão fácil para as empresas nacionais do setor como seria desejado,analisa ele.
Kurtz avalia que a notícia daconcessão do financiamento recorde poderá provocar, deimediato, reação "não muito amistosa" de algumas empresas nacionais.Segundo avalia, por se tratar de uma empresa de grandeporte, a IBM tem condições de investir para a obtenção de umfinanciamento dessa magnitude, o que não ocorre com a maior parte daspequenas e médias empresas do setor.O empresário disse não ver nenhuma preferência na concessão do financiamento à IBM pelo fato de se tratar de uma multinacional. “Não vejo assim. Mas ela tem uma estrutura que permite colocar dois ou três funcionários e contratar consultoria para um projeto desse tamanho. Essa é uma dificuldade das empresas de menor porte que a gente vem com o tempo, de uma forma apesar de lenta, trabalhando com o pessoal do BNDES para ir facilitando isso.”
Segundo Kurtz, ainda há muita desinformação no setor a respeito das possibilidades de financiamento ofereciadas pelo BNDES. Segundo ele, desde o ano passado, há uma parceria com o BNDES nesse sentido. Em 2007, a idéia é repetir o “road-show” (série de palestras) realizado em conjunto entre o Assespro e BNDES em todo o país, em 2005, em dez capitais brasileiras. Kurtz informou que no próximo ano a meta é atingir 12 capitais. A expectativa de Kurtz é aumentar a divulgação sobre o Prosoft. Desde que esse trabalho foi iniciado, segundo ele, muitas empresas de tecnologia da informação, de médio porte principalmente, começaram a buscar recursos para financiamento e, inclusive, para capital de giro.
Na análise do empresário, o Prosoft vem cumprindo o seu papel, em especial após 2005, quando começou a ser feita uma maior divulgação. O BNDES, por sua vez, abriu a possibilidade para as empresas utilizarem o instrumento do cartão de crédito do banco, que permite às empresas comprar softwares no portal eletrônico da instituição. “Nesse caso, aumentou muito a contratação de créditos no Prosoft”, afirmou. O Prosoft financia os investimentos e os planos de negócios de empresas sediadas no Brasil, a comercialização no mercado interno e as exportações de softwares e serviços correlatos, no âmbito dos sub-programas Prosoft Empresa, Prosoft Comercialização e Prosoft Exportação.